Emigrantes: corajosos aventureiros, carregados de saudade

Este pequeno texto é dedicado a todos aqueles que partiram de Portugal à procura de uma vida melhor, o qual achei fazer sentido acompanhar com a voz de Rod Stewart, em Sailing.
É como que um abraço apertado do país que está no vosso coração.
Quando eu era criança, muitos portugueses emigravam, principalmente, para a França e a Alemanha. Uma larga maioria era originária do Norte de Portugal e, muitos deles, não sabiam ler ,nem escrever. Emigrar era, nesses tempos e por diversas razões, uma empresa muito arriscada, entre as quais,  se destacava o facto de, para emigrarem, terem que passar a fronteira “a monte”.
Lembro-me de pensar como se deviam sentir, o medo que deviam ter, quer da viagem, para a qual levavam pouco mais do que uma bagagem de coragem e de sonhos de uma vida melhor, quer da chegada, a um país onde não conheciam nada, nem ninguém, nem mesmo a própria língua.
Hoje, que vivemos na era da globalização, a emigração, pelo menos no que ser refere a muita da emigração por parte dos portugueses, tem outros contornos, pois a maioria dessas pessoas já tiveram acesso à educação, contacto com outras culturas e línguas através da televisão, da internet e, também, dos imigrantes de outros países que vieram para Portugal, para além de existirem largas comunidades de portugueses, espalhadas pelo mundo, com as quais poderão entrar em contacto.
 Muitos dos nossos emigrantes saem, hoje, de Portugal já com contratos com as empresas, uma grande percentagem vai para os países árabes, para actividades relacionadas com a exploração do petróleo, e muitos outros, com formação superior, fazem parte do contingente dos que vivem a chamada mobilidade.
No entanto, hoje, como ontem, várias coisas têm em comum os nossos emigrantes, a coragem de partir e de arriscar, a capacidade de sonhar e, acima de tudo, a saudade.
Por menos gratas que sejam as recordações, o lugar em que nascemos e vivemos a nossa infância, será sempre a nossa casa. É impossível apagar ou arrancar do nosso coração as recordações boas, ou as menos boas, pois elas são parte de nós.
Não tenho dúvida em afirmar, a Saudade é uma companhia constante no coração de todo o emigrante.


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