"Sobre a nudez forte da verdade o manto diáfano da
fantasia", in A Relíquia, Eça de Queirós
A verdade,
A verdade, é feita de matizes de cor,
Que variam do branco à ausência de cor.
A verdade,
A verdade, tantas vezes, dura e fria,
Como luz que encandeia e fere o olhar.
A verdade,
A verdade, tantas vezes, adoçada,
Tomada em doses frugais,
Ou com recurso a placebos,
Que não curam, nem são letais.
A Verdade,
A verdade, pode sucumbir,
Pode ferir, pode matar,
Sob um manto, não diáfano,
Mas, antes, pesado e negro,
De maldade, ignorância
Ganância, hipocrisia
Ou irresponsabilidade.
Verdade ou Fantasia,
Sonho ou realidade,
Quantas são as facetas da vida?
Quantas as fugas e medos?
Exageros ou mediocridades?
Mentira piedosa!!
Pode a verdade ser maldosa
E a mentira revelar bondade?
Porque a mentira, embora inconsequente,
Não é isenta de consequências.
E a verdade, por mais dura que seja,
Nunca deixa de ser autêntica.
Quando chega o momento,
Paramos no tempo,
Inspiramos profundamente,
E, num acto de coragem,
Encaramos o homem ou mulher
Que, intensamente, nos olha
Do outro lado do espelho.
E, se estivermos dispostos a arriscar,
Se for grande a vontade de saber,
Se tivermos um coração capaz de amar,
Se a alma ansiar pureza,
Eles nos dirão a verdade,
Mas, na verdade,
O que é a verdade?
Se ela é feita de todos os tons de cinzento,
De todas as cores do arco-íris,
De todas as formas de olhar.....?
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