Coisas de cães, filhos e amor

As Meninas
Quando a Mini morreu, a cadela que viveu comigo 16 anos, prometi a mim própria não voltar a ter cães ou qualquer outro animal. Não cedi a nenhuma tentação, nem mesmo aos pedidos repetidos  do meu filho.
No entanto, há uma semana atrás, apaixonei-me perdidamente, pela fotografia de um bebé cão que apareceu no facebook, para ser adotado. Era um bebé abandonado, lindo e não resisti, adotei-o. 
Como sabem, o Zen não chegou a vir para casa, pois adoeceu logo no dia seguinte a ter dado entrada no Hospital, onde ia ser visto e esperar que eu o pudesse ir buscar, e acabou por morrer.  
Logo que comecei a perceber que o desfecho seria o pior, informei o meu filho de que, caso isso acontecesse,  o Zen não era substituível e, portanto, não iríamos arranjar um cão para o lugar dele. Era aquele ou nenhum, porque aquele é que tinha tomado posse do meu coração e era por ele que eu estava disposta a limpar chichis e cocós, encontrar coisas roídas, comprar comida, camas, casotas, transportes e tudo o mais que é preciso investir, em tempo, dinheiro e paciência, para se ter um animal em casa, particularmente num apartamento.
Acontece que ficou um espaço vazio no meu coração e o meu filho não se conformava de forma alguma com a minha recusa.
Quase sem me aperceber, comecei a ver todos os anúncios, sites e páginas que tinham anúncios de cães que precisavam ser adotados.
E, hoje, contra toda a razoabilidade, lá fui, com o meu filho e uma amiga, ver umas meninas com 2 meses que foram abandonadas, junto a um contentor de lixo, e se encontram na Associação "Focinhos e Bigodes", à espera que alguém as adote.
Estivemos com as meninas ao colo, que já estão pesadotas,  e recebemos beijinhos húmidos muito simpáticos. Ainda nada está decidido, até porque, desta vez, quero ter a certeza de que estão bem e, tanto quanto possível, ter a certeza de que não vou trazer um animal enorme para viver num apartamento.
Apresento-lhes as meninas.
Menina Preta - a nossa preferida
Menina Castanha - divide o coração

Depois, como esta Associação, onde se encontram as meninas, fica mesmo ao lado da União Zoófila, que é uma Associação de proteção aos animais, já muito antiga, fomos também ver se lá tinham cachorrinhos.
Tinham, mas nãos os podemos ver, as visitas e adoções são apenas ao sábado. Mas vimos imensos cães, de todas as idades e muita gente.
Subitamente, vi-me num mundo de que já ouvira falar, mas que de facto não conhecia. A maioria, das pessoas que lá trabalha,  fá-lo de forma voluntária. Depois, estão constantemente a chegar pessoas. São os padrinhos e madrinhas dos vários cães. 
Estes dão uma pequena contribuição em dinheiro para a alimentação dos bichinhos e aparecem lá para os visitar e ir dar passeios com eles. 
Este é um mundo de voluntários, apaixonados por cães, que se dedicam a proteger animais necessitados. E é um mundo novo para mim.
Até hoje só me tinha sentido identificada com voluntários que ajudam pessoas. Mas, esta visita fez-me despertar para outros aspetos do voluntariado.
Amante da natureza que sou, sinto, mais do que nunca, que todos nós podemos ter atividades de voluntariado, pois todas elas contribuem de forma inequívoca para um mundo melhor.

Em Memória 
do Zen , da Mini e de todos os meus amigos de quatro patas, da minha infância e juventude. A  Sevilha, rafeira alentejana, o Alcaide, arraçado de rafeiro alentejano, o Farrusco, galgo, a Estrelinha, galgo, o Ringo, rafeiro, e o Castanhote, rafeiro baixinho.
Zen


Mini

Sevilha e eu

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