A MORTE



Qual espada de Dâmocles ela, a Morte, paira sobre as nossas cabeças, refreando-nos, assustando-nos ou tornando-nos audazes.

A Morte é algo que temos certo, desde o dia em que nascemos. É mesmo a única coisa  totalmente fiável e garantida.
Tememos a morte por que com ela termina a vida, tal como a conhecemos, e por que nos separa dos entes queridos e de todas as coisas de que gostamos ou valorizamos.
Há quem a tema por pensar que com ela termina tudo. Esta é a forma de encarar a Morte como o oposto da Vida.
Para outros o medo da Morte relaciona-se com o temor do Inferno ou do Purgatório. Esta visão da Morte prende-se com a religiosidade arcaica, em que Deus era visto como um Ser castigador.
Outros há que veem a Morte como continuidade. Voltarão à vida, reencarnarão,  não importa em que tipo de ser, mas carregarão o seu Karma, caso não tenham conseguido corrigido as suas limitações ou erros nesta vida.
Outros, ainda, aguardam-na com expetativa. Ela será a concretização da promessa do encontro com Deus, se tiverem cumprido a Sua vontade, de acordo com os dogmas de cada religião.
Quer sejamos ateus, religiosos, espiritualistas ou místicos. Qualquer que seja a nossa perspetiva ou posição perante a morte, o que é facto é que todos somos confrontados com ela desde a mais tenra idade. 
A morte é sempre uma perda. Quer se trate da morte de um ente querido, dum animal de estimação, ou, até, de uma determinada forma ou estilo de vida.

Pois é, sofremos vários tipos de perdas, vários tipos de "mortes". Todas elas nos doem, nos obrigam a começar de novo, nos deixam saudades, nos "roubam" bocados de nós e nos obrigam a crescer.
Por cada "morte" temos que fazer um luto. E, esse luto implica o passar por cinco fases distintas:
Negação 
Raiva
Negociação
Depressão
Aceitação
O tempo de permanência e "violência" de cada uma das fases varia de pessoa para pessoa e depende de diversas circunstâncias. É possível saltar-se uma ou mais fases, mas nunca a última, pois, caso isso aconteça, quer dizer que a pessoa ficou presa nessa perda, nessa morte. Não concluiu o processo do luto e toda a sua vida, daí em diante, será condicionada  por essa não aceitação, impedindo-a, muitas vezes, de evoluir de forma desejável.
Tal como depois de uma perda material, afetiva ou de prestigio, também depois da Morte a Vida continua. 
O espírito não morre, apenas abandona o seu transitório invólucro físico.
O que há para lá da morte é transformação, metamorfose e Vida. 






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