VOCÊ PODE FAZER A DIFERENÇA

Quantas vezes já disse, ou ouviu outros dizer, que o mundo está doente, que isto ou aquilo está errado e é uma injustiça ou um crime, mas que não pode fazer nada contra isso?
Você não pode mudar o Mundo todo, mas, certamente, na ínfima parte do Mundo a que tem acesso, pode fazer a diferença. 


Publicado em 17/09/2013 Atualizado em 17/09/2013


Prémio Nansen reconhece serviços dedicados a este segmento da população. Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de 2 mil mulheres na República Democrática do Congo.
A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Tolerante e incansável, esta freira católica é uma inspiração não apenas para a população congolesa, mas também para o ACNUR e a comunidade internacional. 
Foto: ACNUR/B.Sokol

A Irmã Angelique Namaika é a ganhadora do Prêmio Nansen para Refugiados 2013. Tolerante e incansável, esta freira católica é uma inspiração não apenas para a população congolesa, mas também para o ACNUR e a comunidade internacional. 
O Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) anunciou nesta terça-feira (17) a ganhadora do Prémio Nansen 2013: uma freira congolesa que atua na região nordeste da República Democrática do Congo (RDC) ajudando milhares de mulheres que são vítimas da brutal violência sexual e de gênero praticada pelo Exército de Resistência do Senhor (LRA, na sigla em inglês) e outros grupos.
Líder do Centro para Reintegração e Desenvolvimento, a Irmã Angélique Namaika já ajudou a transformar a vida de mais de duas mil mulheres e meninas que foram abusadas e forçadas a deixar suas casas. A maioria destas mulheres protagonizam histórias de sequestro, trabalho forçado, espancamento, assassinato e outras violações de direitos humanos. Muitas vezes elas ainda são isoladas e discriminadas por seus próprios familiares e comunidades devido à violência que sofreram.

O trabalho feito por Namaika é fundamental para a recuperação dos traumas na vida dessas meninas e mulheres. É preciso um cuidado especial para conseguir que elas curem suas feridas e reconstruam suas vidas. Através de atividades que geram renda, a Irmã Angélique ajuda essas mulheres a começarem um pequeno negócio ou a voltarem para a escola. Os depoimentos das mulheres atendidas pela Irmã transmitem o efeito do trabalho da freira em promover uma mudança em suas vidas, já que muitas delas a chamam de “mãe”.
Foto: ACNUR
“É muito difícil imaginar o sofrimento das mulheres e meninas vítimas do LRA, pois elas guardarão as cicatrizes desta violência por toda a vida”, disse a Irmã Angélique Namaika. Segundo ela, o prémio “ajudará mais pessoas deslocadas em Dungu a recomeçarem suas vidas. Jamais vou parar de fazer tudo o que estiver ao meu alcance para dar-lhes esperança e uma chance de viver de novo”.
Em 2009 a irmã Angélique também foi vítima da violência do LRA e foi obrigada a deixar sua casa e se deslocar de Dungu, onde morava. Parte da sua motivação vem do seu próprio sofrimento.
“A vida destas mulheres foi destruída pela brutal violência do deslocamento. A Irmã Angélique prova que uma única pessoa pode fazer uma enorme diferença na vida das famílias separadas pela guerra. Ela é uma verdadeira heroína humanitária”, disse o alto comissário das Nações Unidas para Refugiados, António Guterres.
A Irmã Angélique Namaika receberá a Medalha e o Prémio Nansen de Refugiados no dia 30 de setembro em uma cerimônia em Genebra. O evento contará com um discurso do escritor brasileiro Paulo Coelho, apresentações da cantora e compositora inglesa Dido, da cantora e compositora malaia Yuna e dos músicos malineses Amadou e Mariam, indicados ao Grammy.
Após a cerimônia, a Irmã Angélique viajará a Roma, onde será recebida no Vaticano pelo Papa Francisco no dia 2 de outubro, antes de seguir para Paris, Bruxelas e Oslo para outros encontros.



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