O OE - O GOVERNO - BRUXELAS - E OS TANSOS

A prosa, que se segue, não é minha, mas assino por baixo.



Comentário de leitora, no artigo "Eles não estão malucos", jornal Observador.

"(...) o “governo” fez um orçamento que a UE teve de engolir e que vai mudar as políticas. Vamos então ver como é a mudança e como este “Governo” veio salvar os inocentes.

1. estamos a virar a página da austeridade aumentando impostos para todos.

2. estamos a lançar uma política de “crescimento e emprego” matando a competitividade das nossas empresas ao subir os custos de produção (aumento de salários e combustíveis; diminuição das horas de trabalho pela multiplicação de feriados e pontes), ao contrário do que está a acontecer com os nossos concorrentes diretos cujos custos de produção vão baixar.

3. Estamos a lançar uma política de atração de investimento externo taxando o investimento em imobiliário. Desde que este “Governo” entrou em funções o investimento estrangeiro em imobiliário baixou 50%. Aplicando IMI aos Fundos, o investimento vai baixar para zero.

4. Estamos a lançar impostos sobre a banca, replicando a medida já antes tomada por Guterres que para arrecadar 500 milhões para o Rendimento Mínimo criou um novo imposto sobre as empresas do PSI20, o que as fez mudar a sede para a Holanda, incluindo as empresas com participação do Estado, pelo que o aumento previsto de 500milhões cifrou-se numa perda líquida de mais de 2mil milhões.

5. O coeficiente familiar, alegaram pessoas sem cérebro no PS, dava mais dinheiro aos ricos que aos pobres pelo que se acaba com ele para promover a justiça social. Veja alguns exemplos. Todas as famílias com 1, 2 ou 3 filhos e rendimentos anuais brutos de pelo menos 14500 euros receberiam mais dinheiro com o coeficiente familiar do que recebem com o novo subsídio fixo de 550 euros por filho. Repare que estamos a falar de famílias miseráveis que tinham 7 euros por pessoa por dia (para fazer 4 refeições, luz, água, roupa, transportes, etc.) e que com o fim do coeficiente familiar ficam com menos de 7 euros por dia! Ainda bem que temos um “Governo” de esquerda preocupado com os pobres.

6. A família Amaral tem 5 filhos e um rendimento anual bruto de 41000 euros. O casal Branco não tem filhos e tem um rendimento anual bruto de 19000euros. Com o Orçamento do PS a família Amaral paga 15 mil euros de IRS, e tem um rendimento per capita diário de 11 euros (cada pessoa desta família tem 11 euros por dia para comer, vestir, mover-se, água, luz, etc.). Já a família Branco tem 19 euros per capita diários e paga 5500euros de IRS. Ou seja, a família Branco paga 3 vezes menos impostos, apesar de ter o dobro do rendimento per capita. Este padrão (pagar o triplo dos impostos tendo metade do rendimento per capita) é uma constante ao longo dos escalões de IRS de acordo com o modelo de “justiça social Centeno/Costa”. E piora quando aumenta o número de filhos…

Com o coeficiente familiar a família Amaral pagava o dobro do IRS da família Branco, e os rendimentos per capita ficavam mais próximos. Continuava mal, e uma brutal injustiça contra as famílias com filhos, mas sempre era menos mau…

Ainda bem que acabou a austeridade, ainda bem que havia outro caminho, ainda bem que o Costa deu um golpe, ainda bem que Costa vergou a CE. Com Passos fomos espremidos para pagar as loucuras do Sócrates, mas via-se a luz ao fundo do túnel; com Costa somos ainda mais espremidos para apagar a luz que existia no fundo do túnel. Vamos a grande velocidade rumo ao 2º resgate (o 4º em 40 anos), em nome desta política diferente. E tudo isto feito por um homem sem espinha dorsal que apunhalou o Seguro para depois dar um golpe semelhante no Parlamento, que negociará o próximo resgate, sairá do Governo, mas ficará 4 anos a gritar que há alternativa de “crescimento e emprego”, para substituir a política do “fanatismo ideológico austeritário”. " 

                                                                            Manuela Costa

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