Felizmente há silêncio, onde nos podemos recolher depois dos dias extenuantes, tristes, desesperantes, irritantes ou, mesmo, profundamente dolorosos.
Felizmente há silêncio, para podermos repousar as nossas mentes cansadas do turbilhão dos dias, do excesso de informação, dos pensamentos obsessivos, das preocupações diárias, do trânsito caótico.
Felizmente há silêncio, para calar o pensamento, as divagações erráticas, as memórias dissonantes.
Felizmente há silêncio. Só o silêncio pode parar o tempo.
Sempre me questionei por que razão o mundo continua a girar quando perdemos alguém, quando um vento enlouquecido, um fogo enraivecido ou uma simples mão humana revoluciona a nossa vida.
Foi num desses momentos que descobri o silêncio. Um silêncio profundo e denso que nos isola do mundo.
O silêncio é um lugar sem tempo, sem cor, cheiro ou sabor. Viver o silêncio é como viver no vácuo, sem sentir o toque, tantas vezes infame, dos homens sem humanidade.
Recolho-me, agora, ao silêncio que me fortalece e afasta dum mundo caótico, de crianças esfaimadas, mulheres torturadas, roubos e assassinatos, terroristas enlouquecidos, políticos e empresários corruptos e também das quintas promiscuas e dos egos mediáticos.
Cheguei aqui, ao canto do mundo, onde a harmonia é silenciosa e a mente se cala, por fim
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