Há alguns anos atrás, fiz diversos cursos de Terapias Orientais, ou alternativas, como muitos lhe chamam. Um deles foi o de Podo-Reflexologia.
Esta terapia assenta no princípio de que a estrutura do corpo humano e de todos os seus órgãos se reflecte nos pés e é por eles representada, afirmando que o pé é como que um mapa do resto do corpo.

A nossa turma era relativamente pequena, apenas 10 alunas. Éramos um grupo bastante heterogéneo, quer ao nível das idades, quer ao nível académico ou profissional. No entanto, para além de termos em comum o facto de sermos todas mulheres, tínhamos, também, a coisa mais importante, a vontade e o espírito de querer aprender coisas novas, de nos harmonizarmos interior e exteriormente, de procurar um caminho novo mais gratificante e menos materialista.
A nossa Mestre, a Prof. Leonor, era uma senhora sexagenária, de rara beleza, sem marcas da idade, que, mais do que andar, parecia pairar, movendo-se harmoniosa e languidamente, a sua voz era doce, porém firme, e sempre calma.
Por mais sério que o assunto fosse, a Prof. Leonor mantinha sempre um permanente e misterioso sorriso no seu olhar, como se soubesse um segredo muito bom, que só ela conhecia. Talvez, poderíamos pensar, ela fosse uma deusa do Amor que nós desconhecíamos.
Todo o ambiente era de espiritualidade, mas não uma espiritualidade assética e pálida. Talvez se possa definir melhor como uma espiritualidade sensual
A nossa Mestre, a Prof. Leonor, era uma senhora sexagenária, de rara beleza, sem marcas da idade, que, mais do que andar, parecia pairar, movendo-se harmoniosa e languidamente, a sua voz era doce, porém firme, e sempre calma.
Por mais sério que o assunto fosse, a Prof. Leonor mantinha sempre um permanente e misterioso sorriso no seu olhar, como se soubesse um segredo muito bom, que só ela conhecia. Talvez, poderíamos pensar, ela fosse uma deusa do Amor que nós desconhecíamos.
Todo o ambiente era de espiritualidade, mas não uma espiritualidade assética e pálida. Talvez se possa definir melhor como uma espiritualidade sensual
As nossas aulas tinham sempre uma parte teórica e outra prática. Mas, antes de iniciarmos a aula ou, melhor dizendo, as aulas iniciavam-se sempre com ginástica de relaxamento.
Normalmente, posicionávamo-nos em círculo, depois corríamos, mas não de uma maneira qualquer, com graciosidade, suavidade e elegância, sem gestos bruscos ou agressivos, de uma forma lânguida, quase sensual.
Em seguida fazíamos alongamentos, acompanhados de respiração relaxante e impulsionadora de energia, terminávamos, sempre, abraçando-nos umas às outras.
Em seguida fazíamos alongamentos, acompanhados de respiração relaxante e impulsionadora de energia, terminávamos, sempre, abraçando-nos umas às outras.
A Prof. Leonor dizia que se estávamos bonitas interiormente, ficávamos mais bonitas exteriormente, se a nossa energia era positiva, também a energia que nos rodeava tenderia a ser positiva, pois tenderia a harmonizar-se com a nossa.
Segundo a Prof. Leonor, um terapeuta só pode fazer um bom trabalho e ajudar verdadeiramente um paciente, se não estiver cansado, se estiver bem consigo próprio e com o mundo que o rodeia, se a sua energia for positiva e se amar o paciente, isto é, se desejar a sua cura e se estabelecer uma amizade fraternal com ele.
As nossas aulas eram aos sábados, das 9h às 18h, portanto, normalmente, da parte da manhã tínhamos a aula teórica, mas, antes fazíamos, sempre, 5 a 10 minutos de meditação. Relaxamento físico e espiritual, pois o sentirmo-nos bem promove a aprendizagem.
Por volta da 1h era a altura de um espetacular almoço vegetariano, preparado na cozinha da Escola (a Prof. Leonor dava, também, aulas de cozinha vegetariana e ensinou a cozinheira a confecionar esse tipo de alimentação).
Não consigo transmitir o sabor e o odor daqueles maravilhosos pratos, é preciso experimentá-los. Até hoje, nunca encontrei nenhum restaurante vegetariano que sirva com a mesma qualidade, variedade e sabor. Esses eram momentos de gargalhadas, confidências e todo o tipo de conversas. Entre nós alunas e, também, a professora, tinha-se estabelecido uma união, uma amizade, só possível de conseguir, em tão pouco tempo, em virtude da intensidade dos momentos vividos.
Em seguida, começava a aula prática. Primeiramente, colocávamos os pés em água quente, com sal e folhas e óleo de eucalipto e, só depois, passávamos para as marquesas, onde, à vez, praticávamos umas nas outras.
Num ambiente de luzes suaves e com música relaxante, começávamos por fazer uma massagem de relaxamento, total, ao paciente, transferindo para ele, simultaneamente, energias positivas.
Num ambiente de luzes suaves e com música relaxante, começávamos por fazer uma massagem de relaxamento, total, ao paciente, transferindo para ele, simultaneamente, energias positivas.
Finalmente, chegávamos aos pés. Mas não pensem que esta é uma terapia indolor. Quanto mais enfraquecidos ou doentes estivermos espiritualmente ou fisicamente, maior sensação de dor teremos, nos pontos correspondentes aos órgãos afetados.
Quando não estamos bem espiritual, emocional ou psicologicamente, esse mau estar reflete-se na nossa saúde física. Aliás, este não é um conceito exclusivo da medicina ou terapias orientais, a medicina, dita convencional, também, reconhece as doenças psicossomáticas, como sendo causadas pelos distúrbios emocionais e psicológicos dos pacientes.
No final, depois de alguns minutos em silêncio e de imobilidade total, erguíamo-nos das marquesas, renovadas, frescas e leves e terapeuta e paciente abraçavam-se.
Durante estas sessões, que duram, normalmente, pelo menos uma hora, existem pessoas que choram, recordam o passado, ou falam nos momentos difíceis que estão a atravessar. O terapeuta tem que ser, também, um pouco psicólogo, mas, acima de tudo, tem que gostar do trabalho que faz, dos pacientes que o procuram e ser, além disso, idóneo, mantendo em confidencialidade absoluta, todas revelações que o paciente lhe faz.
Por vezes, alguns pacientes queixam-se que sentiram alguns distúrbios gastrointestinais, tiveram pesadelos ou acordaram a chorar. Essa é uma forma do corpo se tentar libertar dos males que o afligem, a qual é propiciada pela Podo-Reflexologia.
A suavidade, a firmeza, a elegância, a harmonia, o tom suave da voz, os movimentos sinuosos, tudo isso nos ajuda a manter harmonioso, saudável, enérgico, e, também sensual, o nosso corpo, a nossa mente e o nosso espírito.
Ah Té, que peninha que só há um Atlântico a nos separar...rsrs Adoro massagens, de todos os tipos. É bem verdade que ao 1º toque se não gosto da energia recebida pulo da maca (aí fala-se é marquesa? Aqui é título de nobreza...Marquesa de Santos rsrs), da cadeira, agradeço e vou embora. Que bacana essa formação (mais uma hein?)sua! Quanta troca, aprendizagem e partilha.Muito bom mesmo! Ainda teremos essa oportunidade de dar e receber...não tenho dúvidas. Tenho, por conta da dor, evitado muito tempo no PC e digitar. Essas primeiras sessões de fisioterapia fazem doer mais, se é que isso seja possível. Mas, vamos que vamos...né?
ResponderEliminarUm fds lânguido, amada, e suave.
Beijuuss n.a.