A Difícil Arte de Comunicar

Navegando pela página inicial do facebook e pelos murais de vários amigos, constatei, mais uma vez, a enorme necessidade que todos temos de comunicar e, muitas vezes, a enorme dificuldade que temos quer de nos fazermos verdadeiramente entender, quer de nos exprimirmos de forma clara e concisa.

No caso do facebook, para comunicarem, as pessoas partilham  os seus próprios textos, notícias, músicas, mensagens de páginas do facebook, etc. 
Muitas dessas partilhas, particularmente, as das músicas e das páginas, são formas de as pessoas dizerem aos outros, ou a alguém em particular, coisas que de outra forma não conseguiriam expressar tão claramente.

Algumas destas partilhas são declarações de amor, outras de raiva, outras de necessidade de afirmação, de atenção, ou qualquer outra variante.

Mas, subjacente a todas elas está a necessidade de comunicar algo que sentimos, em que acreditamos, que defendemos, ou que, de alguma forma, queremos "vender" ou em que gostaríamos de acreditar.
Comunicar é uma arte tão difícil porque cada um de nós é um mundo de paradoxos, de sentimentos, de medos, de inseguranças, de desejos, de ambições....
E, portanto, tudo o que comunicamos é condicionado por todos esses fatores, pois, tanto a forma como nos vemos a nós próprios, como a que os outros nos vêem a nós, são importantes para o nosso bem-estar, para a nossa felicidade, para a nossa paz de espírito. 
 No fundo, todos temos necessidade de comunicar, porque temos necessidade de ser amados, admirados, respeitados, valorizados....
Mas, sempre que comunicamos, seja qual for a forma (gestos, olhares, posturas, palavras, etc), estamos a expor-nos, a revelar um pouco do que somos, no mais intimo de nós próprios,  e isso, por vezes, é um pouco assustador, porque tememos o julgamento dos outros e o nosso próprio julgamento. 
A verdadeira Arte da Comunicação está em vermos para além das palavras, dos gestos, das atitudes ou das partilhas no facebook. E os Artistas que praticam esta Arte são sempre, pelo menos, dois.

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