Carregando o Mundo às Costas

Ao longo da nossa vida vamos acumulando coisas, enchemos armários com roupa que já não usamos ou objetos de que nunca gostámos, móveis que nos roubam espaço e não têm utilidade, álbuns de fotografias, cheios de parentes que nunca conhecemos,....  
Temos dificuldade em nos desfazer das coisas, em alterar o que sempre foi assim, o que sempre fizemos daquela maneira e, um dia, damos conta que estamos submersos por uma quantidade enorme de "tralha" que não nos serve para nada, que só nos empata e nos rouba espaço.
Da mesma forma, vamos guardando mágoas e ressentimentos, recordações desagradáveis, que nos são inúteis, hábitos e obrigações, que nos prejudicam e não servem a ninguém, verdades que nunca tivemos a coragem de dizer.
Simultaneamente,  tentamos controlar tudo o que se passa à nossa volta. Os disparates que os filhos, já crescidos, podem vir a fazer, o mau humor dos chefes ou colegas,  a passagem do tempo, as crises familiares  ou dos amigos e até os nossos sentimentos.
Chega um momento em que vergamos sob o peso do "mundo" que carregamos às costas.  Então descobrimos que, afinal, a maior parte desse peso, que nos fez vergar, é apenas "tralha" que acumulámos, que nos pesa e rouba espaço.
Habitualmente, as grandes limpezas fazem-se na Primavera, mas não há nenhuma razão que justifique que não as possamos fazer em qualquer outra estação do ano. Qualquer altura é boa para nos libertarmos da nossa "tralha". 
As mudanças metem medo, porque o Homem é um animal de hábitos? Fazer diferente do habitual vai contra as regras, que nem sabemos porque foram criadas? Dizer a verdade é arriscado? Deitar fora as mágoas e ressentimentos retira-nos a identidade? Os armários semi-vazios dão ideia que ninguém mora lá em casa? Ou que temos excesso de espaço?
Tudo o que nos impeça de progredir, enquanto pessoas, são apenas "coisas" que não nos servem de nada e que, além de nos fazerem peso, ainda nos podem enforcar.
Está na hora de nos libertarmos dos pesos inúteis, das regras de que desconhecemos a causa, das obrigações que ninguém valoriza, dos hábitos que não servem ninguém, das mágoas que transformam o nosso sorriso apenas num esgar,  das verdades que nos atrofiam.
No final, iremos ver que ficámos, mais leves, mais livres, mais saudáveis, que os medos que tínhamos da mudança, eram injustificáveis e que estamos libertos para recomeçar.

Comentários

  1. FAXINA já é a ordem do dia...e especialmente hoje, 11:11:11, com esse portal maravilhoso aberto, é o que devemos fazer!
    Beijuuss n.a.

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