REALIDADE

Realidade, sonho ou fantasia?
Sou sonho sonhado por mente enlouquecida.
Revejo na tela da vida,
Em todas as dimensões,
O sonho da mente adormecida
Que me catapulta 
Daqui, para além,
Numa contínua mudança, sem nexo.
Numa história muitas vezes repetida.
 
O cheiro dos sons
Reflete a vida.
Da gruta de Platão
Vislumbro sombras,
Que caminham,
Numa realidade pressentida,
Mas não vivida.



Rasgo o véu, a tela e os contornos da vida.
Quebro as correntes,
Vagueio entontecida,
Perdida no labirinto,
Quebro e gemo.
Lambo feridas imaginárias ou sentidas,
Encolhida no canto do pranto.

Esvaio-me em tormentas 
Sanguinárias de anseios.
Sangram-me as têmporas cansadas
De pensamentos errantes
Que, errando, partem à deriva.

Ponho as mãos numa prece sofrida,
Embalada nas vagas que rugem,
Aguardo a bonança, a temperança,
A luz e a vida.





A brisa agita as penas da alma
Que, perdida no verde e no cheiro das flores,
Procura momentos de sol fascinante,
Ao som de trinados vibrantes.






Ávida procuro a fonte,
O  início, o fim
E o sentido da vida.













Fantasia, sonho ou realidade?
Debato-me envolta em brumas que se adensam.
A golpes de espada rasgo as trevas.
A luz, quente e distante, recua,
Contrária aos meus passos
Que ressoam, estrondosamente,
No deserto, seco e árido,
Que conduz à vida, ao caminho,
A nada ou à realidade perdida.

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