DESENCANTO


Photographer Wizard ( O olhar que ninguém vê)

O mar ruge, enfurecido, no final de tarde cinzento.  O sol tenta, em vão, que seus raios, quentes e doces, rasguem o denso véu de nuvens que paira sobre a terra.
O infinito areal encontra-se deserto, rodeado, aqui e ali, por uma vegetação agreste, própria dos locais inóspitos.
O ar, saturado de solidão, tornou-se quase irrespirável.  Sinto que caminho sem norte. O som áspero dos meus passos reforça o desalento que me habita.
Um cansaço imenso, próprio dos que lutam contra moinhos de vento, invade-me. Todas as coisas em meu redor perderam o brilho, a cor e o sentido.
O desencanto revela o sabor  insosso das minhas lutas  ou supostas conquistas.
Caminho em frente. Sem rumo. Procuro um último e quente raio de sol que me ilumine.
Alerta, busco um som humano. Um sinal de que não estou só, de que não vivi em vão.
Em resposta às minhas preces!? o mar ruge enfurecido e o sol cai no horizonte. A noite cinge a terra. O mundo, imenso, envolve-me num manto de solidão. 
O ruído das fatigadas rodas da minha bicicleta, lutando contra a areia, torna-se cada vez mais vagaroso e longínquo. 
Nada mais resta, somente desencanto, solidão e silêncio...

Comentários

  1. Ah não está messssmo só maninha! Bem sei o que são esses momentos de melancolia...bem sei. Logo,logo o encanto retorna, mais forte, mais colorido!
    Beijuuss, amada, n.a.

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