CHUVA DE OUTONO II



Chuva,
A terra, ávida e sequiosa,
Acolhe-a, 
Como mulher apaixonada recebe o seu amado.
O líquido purificador vivifica-a.

Chove,
Árvores, plantas, animais,
Rios, ribeiros e açudes
Entoam, em uníssono,
O hino da natureza.

O rugido magnifico do trovão
Desperta-me no meu leito,
Abafado e sufocante,
Quente do calor tardio.
O líquido, abençoado,
Fustiga as vidraças com vigor.
Rejubilo.

A espera foi grande.
Mas, sinto que ainda há esperança.
As almas dos Homens,
Purificam-se e reabilitam-se,
Banham-se em êxtase.

A promessa de Vida
É, novamente, revalidada.
A espera foi longa,
Mas, ela, a Natureza,
Nunca nos defraudará,
Renovando-se,
Transformando-se,
Adaptando-se
E surpreendendo-nos,
Leal ao seu valor primordial
Da Vida.

Meu coração entoa, silenciosamente,
Uma oração de gratidão.
Regresso ao mundo dos sonhos,
Em paz,
Segura de que o Amor e a Esperança,
As Promessas Divinas
E a Mãe Natureza
Nunca nos defraudarão.

Saibam os corações dos Homens
Corresponder
Em amor, cooperação e humanidade.



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