Reflexões - Mea Thesis e o Pálido Ponto Azul


Faltam-me horas no dia.
A dissertação de mestrado está atrasada.
Foi um ano cheio de acontecimentos, mudanças interiores, causas por que lutar, estudos e trabalho...
Por vezes, o cansaço, a depressão, a insegurança e a indecisão, quebraram a minha alegria natural de viver, obrigaram-me a parar, a voltar ao passado, a reorganizar-me, a pôr-me em causa, às minhas escolhas e ao "mundo" em meu redor.
Mas, foi também um ano de vitórias, de arrumações e conquistas interiores, de pacificação e de guerra, de amor e crescimento, de busca e de conhecimento.
No meio de toda esta atividade, alguma coisa tinha que ficar para trás. Ficou a dissertação.
Fui adiando, atrasando. Faço amanhã, faço para a semana. A preguiça dominou-me e, muitas vezes, venceu-me.
Facebook - Páginas de Solidariedade, de Escrita, de Fotografia, o Blog, o Movimento pela Defesa do Montado de Sobro, o site e as reuniões, telefonemas,..., a Formação, as conversas com os Amigos, a Família, os cães, tudo se sobrepôs àquele que tem sido uns dos meus grandes objetivos ao longo destes dois anos: A conclusão do mestrado, com a realização e apresentação da dissertação.
Escrever uma dissertação é um trabalho difícil, demorado, aborrecido, solitário e trabalhoso. A cada passo nos deparamos com dificuldades, com coisas muito demoradas e aborrecidas de fazer, tais como a transcrição de entrevistas, ou as múltiplas regras de espaçamento, tamanho da letra, formas de citar, .... 
A certa altura ficamos com dúvidas de que realmente tenhamos o conhecimento suficiente para dissertar, com conhecimento científico, acerca de seja lá o que for.
Pois, por vezes, as dúvidas que nos assaltam são sobre questões que já nos explicaram diversas vezes ou, então, parecem-nos tão básicas que duvidamos da nossa real capacidade para aquele trabalho.
O facto de ter alterado, não o objeto, Educação de Adultos, mas o objetivo e perspetiva da minha dissertação, em virtude das alterações político-governamentais, que se deram no país nos últimos tempos, as quais fizeram com que esse objetivo e perspetiva perdesse a atualidade, gerou dentro de mim alguma confusão.
Foi, um pouco, como quando pensamos que vamos beber um copo de água e, afinal, o líquido que está dentro do copo é vinho. Por momentos, não reconhecemos nem o gosto, nem o travo, o nosso cérebro bloqueia.
A perspetiva inicial prendia-se com os motivos pelos quais os adultos não terminavam os cursos ou formações que lhes permitiriam obter certificações escolares e/ou profissionais, com equivalência ao nível básico ou secundário do ensino normal. Para tal iria entrevistar os adultos que não terminaram essas formações/cursos em que se tinham inscrito.
A nova perspetiva centra-se nas opiniões dos profissionais de educação e formação de adultos, acerca dos principais factores que condicionam a trajetória e o sucesso ou insucesso dos adultos, no percurso de educação e formação de adultos, em Portugal. Bem como, qual a sua opinião sobre a atual oferta educativa e formativa para adultos e que alterações e/ou outros sistemas preconizam.
O clique, o desbloquear só se deu quase no final de Setembro. Então foi necessário pedir uma prorrogação do prazo de entrega da Dissertação e...pagar.
Mas, agora que já estou em velocidade de cruzeiro, que já consegui adequar a metodologia à investigação, ou o inverso, após duas reuniões com a Orientadora, agora, o tempo é curto para o tanto que há para fazer.
Vim aqui escrever, apenas, umas palavrinhas e partilhar um vídeo do Carl Sagan convosco, o qual considerei que contem  ideias interessantes para reflexão, sobre nós e sobre o mundo em que vivemos, mas, afinal, acabei por partilhar convosco as minhas reflexões e preocupações, acerca do meu trabalho, enquanto estudante.
Seja o que for que aconteça, o mundo vai continuar a girar. E, em todo ele, há milhares pessoas com problemas bem mais graves do que o meu. 
Portanto, vou "arregaçar as mangas" e deitar mãos ao trabalho, pois, no final, aquilo que dá verdadeiro sentido à nossa vida e que pode contribuir, ainda que de forma diminuta, para que o "pálido ponto azul" se mantenha vivo, é o que que cada um de nós faz, minúsculos seres no Universo,  com garra, empenho, esforço e amor.






Comentários

  1. É minha amaaaada...li tudo, linha após linha e senti daqui a dureza. Mas, como vc bem escreveu: "é o que que cada um de nós faz, minúsculos seres no Universo, com garra, empenho, esforço e amor" que produz A diferença. Então, já informada que estás com as mãos na massa, desejo-lhe força! Estarei torcendo daqui pelo sucesso final.Ah, quando for defender, me avise o dia ok?!
    Beijuuss

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