Graça Divina

Serenidade.
Casa arrumada.
Dever cumprido.
Todos os mistérios,
Enigmas,
Ou mal entendidos,
Esclarecidos.
Todas as prioridades definidas e alinhadas.
Finalmente, aceito a minha impotência,
Nem tudo posso solucionar,

Sento-me quieta,
No sofá da minha sala.
Sinto a paz, a calma,
A serenidade.
Mas uma estranha sensação de tristeza,
Talvez nostalgia,
Invade-me.

Interrogo-me.
Porque não me trás alegria a serenidade?
Sinto a falta de uma parte de mim.
Procuro-me e não me encontro,
Será que perdi a fé?
A capacidade de sonhar?
De lutar?
De me dar?

Interrogo-me....
Finalmente, compreendo...
Tanta clarividência...
Tanta arrumação...
Tanta calma....
Roubaram ou adormeceram
A minha força vital,
O meu motor de arranque...
A fonte da minha grande energia,
Essa, sem a qual não me reconheço,
Essa, é a Paixão

Quero Paixão...
Quero Serenidade
Será contradição...?
Não importa.
Serei contraditória.
Agora que estou  serena
Vou em busca da minha paixão...
Serei Serena...
Serei Apaixonada...
Parto, agora, em busca de mim,
E dessa tão grande Graça Divina....
 
 

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