SENTIMENTOS E EMOÇÕES


“Os sentimentos são a expressão do florescimento ou do sofrimento humano, na mente e no corpo”, “os sentimentos podem ser, e geralmente são, revelações do estado da vida dentro do organismo”                                                     António Damásio







"A emoção e as várias reações com ela relacionadas estão alinhadas com o corpo, enquanto os sentimentos estão alinhados com a mente."                                                            Até ao Tálamo


Vivemos num mundo de sentimentos e emoções.  
Choramos e rimos.  Gritamos e sussurramos.
Atingimos os mais elevados estados de agressividade e irritação, da mesma forma que nos apaixonamos e encantamos.  
Sentimos medo mas, também, a excitação do risco ou da aventura.
Somos capazes de amar ou odiar, com a mesma intensidade ou violência.
Procuramos o equilíbrio e a felicidade, mas somos todos um pouco dicotómicos e ambivalentes, quase, mesmo, bipolares.

Há alguns anos atrás, tomei conhecimento de uma investigação feita nos EUA, relativamente à forma como reagimos aos sentimentos e emoções.
Esta investigação foi realizada com uma série de casais que se disponibilizou para ser monitorizada, no seu dia-a-dia.
Das conclusões dessa investigação, houve duas que despertaram mais a minha curiosidade.
Uma referia-se ao facto de os homens reagirem de forma diferente das mulheres, a certo tipo situações. Ficou, de alguma forma, provado que, quando um casal tem uma discussão, sem muita importância, o homem esquece-se da mesma, no momento em que sai de casa e fecha a porta.  Enquanto que a mulher fica a ruminar durante todo o dia. Revendo todos os aspetos da discussão, procurando explicações e razões, por vezes obscuras e complicadas, imaginado todo o tipo de causas para o comportamento do marido ou companheiro e, por vezes, arquitetando uma "vingança" adequada.

A outra conclusão, que despertou o meu interesse, referia-se ao facto de, quando um dos membros do casal magoa o outro, através de palavras duras ou humilhando-o, a reação emotiva, daquele que foi magoado, é violenta e é detetável pela  alteração do ritmo cardíaco e das correntes elétricas do encéfalo.

Contudo, quando, posteriormente, se dá a reconciliação, essas alterações orgânicas não têm a mesma intensidade. O que poderia levar a concluir que, quando somos profundamente magoados, não é possível compensar, verdadeiramente, essa mágoa e de que ela se manterá mais viva na nossa memória ou que, mesmo sem nos dar conta, poderemos reagir futuramente condicionados por ela.

Somos seres complexos... Por vezes temos dificuldade, até, em nos entendermos a nós próprios, quanto mais em entendermos os outros.
Mas, se somos complexos, não temos que ser, obrigatoriamente, complicados. Procurar simplificar só nos fará evoluir, crescer e, consequentemente, deixaremos de valorizar coisas que têm pouca importância.
Mas, atenção, tornar simples não é fácil, ser simples não é ser simplista. Ter a capacidade de tornar as coisas simples, é uma faculdade que só conseguimos obter com trabalho, dedicação, esforço, e quando já sabemos bastante de alguma coisa....
Sempre que penso em simplicidade, penso em Richard Feynman, prémio Nobel da Física, e em dois dos livros que escreveu e que eu li, "Deve estar a brincar, Senhor Feynman" e "Nem sempre a brincar, Senhor Feynman"
Estes livros eram leves, didáticos, divertidos e interessantes. Neles, Feynman contava vários acontecimentos da sua vida, alguns deles hilariantes, e, também, de física....  
Aprendi alguma física com eles, mas, acima de tudo, aprendi que quanto mais sabemos de um assunto, mais o expomos de uma forma simples.
Aliás, num dos livros, a certa altura, ele diz que lhe faz alguma confusão a forma como os professores ensinam a física, como a complicam.... Afinal, a física está em nós e em tudo o que nos rodeia, basta olhar à volta para encontrar e compreender a física.
A física, tal como nós, é profundamente complexa, e, quanto mais se avança na ciência, mais nos podemos aperceber da sua complexidade, mas não tem que ser explicada de uma forma complicada.
Não compliquem o que é simples... Não desistam por ser complexo... A sabedoria nasce da reflexão e da experiência.... Procurem a simplicidade, ela é o mais elevado grau da sabedoria e torna a vida mais leve, fácil, sussurrante, suave e delicada.
A música é a mais universal de todas as linguagens... Pode até ser complexa, mas ninguém precisa saber música, para a poder sentir, apreciar, compreender e deixar-se envolver.... 
Aproveitem



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