Mulher Árvore


Nasci presa à Terra,
Por raízes fortes e profundas.
Nasci cheia de Vida e Seiva.
Seiva que se fez Amor e Paixão,
Lágrimas, Coragem e Doação.

Nasci, presa à Terra,
Debatendo-me por ser Livre
E, simultaneamente, pertencer a algum lugar.

Vivo na dicotomia,
Entre a Liberdade e a Prisão.
Quero estender meus braços
Em direção ao céu
E alcançar as nuvens,
Que vagueiam Livres,
Como fofas e leves bolas de algodão.

Sou da Terra,
Mas aspiro ao céu e à Liberdade.
Vivo numa simbiose imperfeita,
Qual árvore sujeita à tirania
Das suas raízes, que a alimentam,
Mas a privam de conhecer outras Paisagens.

Sou forte e vertical,
Habitam-me  memórias ancestrais,
Que me tornam tão sábia, quanto vulnerável.
Vivo consciente das minhas virtudes,
Mas, também, das minhas limitações.

E, por mais que viva, e morra,
Vertical, digna e sem um queixume.
Aspirarei, sempre, a ser a ave, 
Que faz o seu ninho nos meus braços protetores,
Erguidos para o céu,

E que sempre parte, voando,
Em direção à liberdade.

Teresa Varela

Abril de 2013

Comentários

  1. Gostei muito deste poema... Gostaria de saber se é da sua autoria...

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    Respostas
    1. Obrigada. É da minha autoria, sim.
      Quando publico algo que não seja da minha autoria, identifico o autor ou, caso não saiba quem é o autor, identifico como autor desconhecido.

      Eliminar
  2. Teresa, não deixe de assinar seus poemas, estava justamente procurando o autor dessa obra (A mulher Árvore) e encontro sua criação. Resolvi ler os comentários e vi sua resposta sobre a autoria. Ah! não existe autores desconhecidos. Alguém esqueceu de escrever seu nome ao compartilhar.

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