INSEGURANÇA

Se eu afirmar que a maior parte dos problemas de cada ser humano tem origem nele próprio, isto parece-lhes uma ideia estranha?
A mim parece-me uma forma realista de encarar a vida. 

Se não reparem:

  1. Muita gente sente-se infeliz por ter excesso de peso, ou mesmo obesidade mórbida.  Maioritariamente esses problemas são causados, não por problemas hormonais, mas por regimes alimentares deficientes, ociosidade e falta de exercício.
  2. Vulgarmente, ouvimos queixas de pessoas que se dizem maltratadas ou exploradas pelos patrões, chefes, ou até pelos maridos, familiares ou amigos. No entanto, salvaguardando casos específicos, ou países em que os direitos humanos não são um valor, o que acontece é que essas pessoas têm atitudes e comportamentos que propiciam esses maus tratos e essa exploração. 
  3. Todos conhecemos pessoas que parecem ser perseguidas pela má sorte. Pois, tudo em que se metem parece ser fadado para dar mau resultado. A má sorte, se é que existe, está, na maior parte dos casos, fortemente relacionada com erros de análise e avaliação, perspetivas irrealistas,  falta de conhecimento, investigação, empenho ou persistência.
Poderão contrapor que a má sorte existe, que há muitas injustiças no mundo, que as doenças aparecem e destroem a vida das pessoas, sem que estas tenham feito nada para as causar.
Claro que isso em parte é verdade, mas, por outro lado, muito do que nos acontece tem a ver com os nossos comportamentos e atitudes e, acima de tudo, com a forma como nos vemos a nós próprios.
Os nossos problemas, medos, falta de auto-estima, indecisões ou escolhas erradas têm, normalmente, uma relação intrínseca com a nossa insegurança.


  
Insegurança é um sentimento, mal-estar geral ou nervosismo que pode ser desencadeado pela percepção de si mesmo ser, de alguma forma,  vulnerável, ou uma sensação de vulnerabilidade ou instabilidade que ameaça a própria autoimagem ou ego.
Uma pessoa que é insegura não tem confiança no seu próprio valor e em uma ou mais de suas capacidades; não tem confiança em si mesma ou nos outros; ou teme que um estado positivo presente seja apenas temporário o que irá decepcioná-lo, causar-lhe perdas ou sofrimento no futuro.
Insegurança não pode ser confundida com humildade, a qual envolve reconhecer as próprias limitações, mas mantendo uma dose saudável de autoestima. 
Insegurança não é uma avaliação objetiva de sua própria habilidade, mas uma interpretação emocional, já que duas pessoas com as mesmas capacidades podem ter níveis totalmente diferentes de insegurança.
A insegurança pode contribuir para a timidez, paranóia e retraimento social, ou, alternativamente, pode encorajar comportamentos compensatórios tais como arrogância, agressão ou bullying..
A insegurança tem diversos efeitos na vida das pessoas e  pode afeta-las a vários níveis e em diferentes graus, causando quase sempre, algum grau de isolamento.
Quanto maior a insegurança, maior o grau de isolamento. A insegurança está geralmente muito relacionada com a infância da pessoa.  Ela cresce em camadas, tornando-se muitas vezes uma força imobilizadora que define um fator limitador na sua vida. 
A insegurança rouba por graus; o grau ao qual está entrincheirado iguala o grau de poder que ela tem na vida da pessoa.
Como a insegurança pode ser angustiante e parecer ameaçadora à psique, esta geralmente pode contribuir para que se desenvolva  um tipo de personalidade controladora ou esquiva, como mecanismos psicológicos de defesa.
A insegurança pode ser superada. Exige tempo, paciência e uma compreensão gradual de que o seu próprio valor é puramente uma questão de perspectiva (ou opinião subjetiva de si mesmo).
Fonte Wikipédia

Não existem pessoas completamente seguras, da mesma forma que não existem pessoas totalmente boas, ou totalmente más. Todos temos, em maior ou menor grau, alguma insegurança, esta pode refletir-se em diversos aspetos e condicionar, mais ou menos, a nossa vida.
Penso que o mais importante investimento que devemos fazer, na nossa vida, é em nós mesmos. Gostar de nós próprios, aceitar as nossas limitações e características, físicas, intelectuais e emocionais, são os passos essenciais para diminuir a nossa  insegurança, aumentar a nossa auto-estima e auto-confiança e, consequentemente, passarmos a ter um maior controlo sobre os nossos comportamentos e atitudes e sobre a forma como os outros interagem connosco. No fundo, termos um maior controlo sobre a nossa vida.
Evidentemente que não é pelo facto de nos aceitarmos como somos que devemos deixar de tentar melhorar o nosso aspeto físico,  a nossa atitude com os outros, ou a forma como nos comportamos profissionalmente.
Ser-se seguro, tanto quanto é possível ao ser humano, não quer dizer "eu sou assim e não vou alterar nada", pelo contrário, quer dizer que a nossa segurança nos ajudará a ter capacidade para mudar o que pode e deve ser mudado e aceitar aquilo que não pode.

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