Transparências


Rostos fatigados,
Endurecidos, marcados,
Vagueiam de olhar ausente.
Sempre,caminhando em frente,
Sem hesitação, nem emoção.

Duras são as perdas.
Causticos são os medos.
Inolvidáveis são as desilusões.

Homens e Mulheres
Caminham, labutam, lutam,
Gritam, riem e choram.
Deixando que as suas almas transparentes
Se revelem,
Turvas e confusas,
Nos seus rostos sedentos de Vida e Amor.

As mãos enrugadas, da mulher que,
Curvada, suplica por uma esmola, ou uma côdea de pão,
Contam histórias ásperas, de uma infância dura,
Sem carinhos ou doçura,
E simbolizam  as feridas, em carne-viva,
Das dores da humanidade

Perdidos estaremos,
Sozinhos, num mundo hostil,
Se não encontrarmos de novo
O caminho sereno, da aventura inquieta.
O desejo profundo, da emoção da descoberta.

Peregrinos seremos,
Caminhando para uma qualquer terra Santa,
Em busca de um Deus compassivo,
Que nos limpe as lágrimas,
Nos adoce a expressão
E nos reconforte no seu abraço imenso,
De um Amor sem explicação.


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