GALOPE


Vejo as robustas, centenárias, protetoras,

Árvores que correm rápidas,

Esborratando-se no verde dos campos

E no azul dos céus.



Oiço, ao longe, a canção do regato,

A sua frescura enche-me as narinas

E resfolego de satisfação.



O coração bate forte,

Em harmonia com o som forte

Dos meus cascos

Abatendo-se sobre a terra.



Galopo pela floresta verde.

Os cheiros inebriam-me,

Nada tolhe a minha liberdade.

Giro as orelhas para a frente, em alerta...

Mas é apenas o chamamento de amor de um pássaro.



Ofegante, paro perscrutando o horizonte.

A brisa traz-me o cheiro a maresia,

Do oceano azul que avisto ao longe.



A família rodeia-me, confiante,

De crinas ondulando ao vento.

Baixo a cabeça e trinco, com avidez,

Os deliciosos e tenros tufos de erva

Que, qual tapete, cobrem a terra.



O relincho infantil,

Do mais recente membro da família,

Ecoa pelo prado.

Este, sim, é o Paraíso

E aqui mora a Felicidade.

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