ALCOBAÇA E NAZARÉ- LUGARES BONITOS COM HISTÓRIA

Um Outono, frio e cinzentão, entristece-nos e deprime-nos. O ser presenteados, ao amanhecer, com um dia soalheiro e de temperatura amena, renova-nos e convida-nos a passear
O passado domingo foi um dia assim. 
Partimos ao final da manhã, meio em trabalho, meio em lazer.  Viajar pela A8, de piso ruidoso e esbranquiçado, tão  diferente do agradável alcatrão, deixa-nos sempre um pouco zonzos.
Entre conversas e silêncios, em sintonia, percorremos os cento e pouco quilómetros que  separam Lisboa de Alcobaça.
Esta cidade, rica de história e beleza, acolheu-nos, risonha. Enquanto esperava pelo meu marido, que se encontrava numa reunião de trabalho, deambulei entre as bancas da Feira de Antiguidades, que enfeitava a grande praça em frente ao Mosteiro. Depois, fiz a ronda das, inevitáveis, lojinhas de artesanato, que sempre se encontram junto aos monumentos históricos. 
Por fim, sentei-me numa das esplanadas, de frente para o Mosteiro, beberricando um café e sentindo a caricia morna do sol. 


Detive o olhar na barroca fachada do Mosteiro, com a sua grande rosácea que, como um enorme e redondo olho, nos observa lá do alto.   
Apreciei cada pormenor, cada relevo. Tentei recordar-me do interior, que há muitos anos não visito, com os seus variados estilos, barroco, gótico, neogótico e manuelino. 
TozéFonsecaPhotography
 As grandes dimensões e quantidade de pormenores, destes monumentos, obrigavam a que a sua construção se prolongasse por vários anos, por vezes,  mesmo, alongando-se por mais de um século. Pelo que é fácil encontrar diferentes estilos, nas diversas  zonas de um mesmo edifício, pois a sua construção e/ou posteriores melhoramentos e alterações  atravessaram diferentes épocas.
Conhecer Alcobaça, a sua história  e o ancestral Mosteiro da Ordem de Cister é regressar ao passado  passeando pelo presente, enriquecendo o nosso olhar e conhecimento, (re)descobrindo o imenso que é o nosso pequeno Portugal.


Por fim, lá terminou a reunião e pusemo-nos a caminho, para um almoço tardio na Nazaré.
O seu mar azul, por vez cruel e tão bravo, estava  calmo e foi a paisagem dos nossos petiscos, numa cervejaria da avenida marginal.


A Nazaré, terra de pescadores e das mulheres de sete saias, é, mais um, recanto de Portugal, cheio de lendas, cheio de histórias e história.


Caminhamos pela areia, grossa e húmida, da praia, observando o mar, um pequeno "farol", tombado, no final do pontão, de certo não resistiu a mais um dia de fúria do mar, uma "multidão de gaivotas, em amena cavaqueira, à beira-mar e, lá ao longe, o Sítio, local  onde, segundo conta a Lenda, D. Fuas Roupinho foi salvo miraculosamente por Nossa Senhora, quando  o  seu cavalo estacou, fincando as patas no penedo rochoso, suspenso sobre o vazio, no Bico do Milagre.








Mulheres dos pescadores da Nazaré vestidas com as suas 7 saias

Por fim, fui a uma lojinha da marginal, onde comprei algumas prendas de Natal. 
Adoro feiras e bancas ou lojas perto da praia, tanto como detesto centros comerciais (shopping). 
Noutra vida devo ter sido feirante, talvez cigana, como me disse, um dia, uma "bruxinha" brasileira, quando me fez a leitura das mãos.
Final da tarde, hora de regressar.
Viemos pela estrada fora, cheios de paz, de azul, embalados pela canção do mar.


Um dia destes vou deixar-lhes umas imagens e histórias da Nazaré e de Alcobaça, mas, desta feita, as localizadas no Brasil.
Nunca lá fui, mas, imaginem, lá, como cá, também a Nossa Senhora fez um milagre, na Nazaré, e é venerada numa grande festa religiosa "Círio da Nazaré"......

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