Nascendo

Acordei, ainda era noite escura. Ergui-me, quase dolorosamente, quando arranjei coragem para sair do calor morno e reconfortante da minha cama.
Às 07:30 o autocarro, de longo curso, partiria inexoravelmente. E, foi aquele corre, corre,
O trânsito ainda era escasso na Segunda Circular, àquela hora matutina. Num lamento, comentei com o meu marido que os antigos é que eram espertos, pois trabalhavam de sol a sol, enquanto que nós saímos e voltávamos para casa de noite. Ao que ele me respondeu, pois, mas isso é no inverno, porque no verão o sol acorda às 06:00 e só se põe lá para as 21:00.
Hum, respondi eu, sem argumentos, enquanto observa o céu que, lentamente, ia clareando.
Chegámos a Sete Rios, dez minutos antes da hora da partida, o que para a minha teria sido uma fonte de enorme ansiedade, pois, como eu costumo dizer, quando se trata de horários, a minha mãe chega sempre de "véspera". 
Tomei o meu lugar no autocarro, que ia quase vazio, e preparei-me para duas horas de viagem sem sobressaltos, onde iria aproveitar para dar uma vista de olhos nos emails, blogs e facebook,  jogar um daqueles jogos viciantes que vêm, como brinde, nos telemóveis, ou dormir uma soneca.
Mas, um fantástico acontecimento, que se repete todos os dias, fez-me mudar de ideias e sentir-me grata por o poder presenciar. 
Grata por ter acordado, antes do dia acordar. Grata, por ter olhos para ver. Grata por ser capaz de me encantar com o nascimento de mais um dia, com o despertar do grande astro que nos ilumina, aquece e dá vida.
Espreguiçando-se, preguiçosamente, ele, o Astro Rei, iluminou o dia cinzento, carregado de nuvens mal-humoradas. E, ainda que só o pudesse ver através das janelas, de vidros um pouco turvos, do autocarro, ele não perdia a sua extraordinária luz, o seu magnifico esplendor.


Ao lado do Cristo Rei 

Espreitando pelo corredor


Espalhando a Luz




Poderoso e Belo

Jogos de Luz e Sombras

Fantástico

Inigualável, em todo o seu esplendor


Só a sua Luz torna tudo mais belo, mais vivo, mais misterioso

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