EM VIAGEM - UM NOVO ADEUS



Hoje, pelas 8h30 da manhã, fui, mais uma vez, levar o meu querido filho, o Vasco, ao Aeroporto.
Passado mais de um mês, veio, de novo, fazer uma das suas curtas visitas. Estas são sempre rápidas, apenas de dois ou três dias, nas folgas do trabalho. Poderia vir mais vezes, mas as viagens têm custos, quer para o bolso, quer para a saúde, pois demasiadas horas de voo são prejudiciais.
Nestas poucas horas, que passa em Portugal, divide-se entre a família e os amigos, mas o tempo é sempre demasiado curto para tantos afazeres.
O meu coração fica bem apertadinho de cada vez que ele parte, por mais que saiba que está bem, tem amigos e gosta do trabalho, não consigo deixar de sentir o peso da distância e o facto de eu não poder estar presente se subitamente ele precisar de mim.
Em vez de lhe desejar boa viagem, como acontece com a maior parte das pessoas, desejo-lhe boas viagens. Afinal, a vida profissional dele é um constante viajar de pais europeu, para país europeu.
Como numa lição bem aprendida,  eu sempre disse -  Os filhos não são nossos. Aos pais cabe a missão de os amar, educar, alimentar, vestir...., mas, acima de tudo, de os ajudar a formar e fortalecer as suas asas para que possam voar.
Penso que Deus "entendeu" as minhas palavras de forma demasiado literal e fez questão de que a vida não defraudasse as minhas expectativas. 
Na verdade, até tenho bastante sorte, grande parte dos pais que têm filhos a trabalhar no estrangeiro só os veem de ano a ano ou, na melhor das hipóteses, de seis em seis meses.

Desde que foi trabalhar para Londres, o meu filho tem vindo cá todos os meses e eu também lá fui, logo na primeira semana, para conhecer o lugar em que ele ia viver e assim poder descansar um pouco mais o meu coração de mãe galinha. 
Mas, as previsões agora são menos simpáticas e é possível que esteja cerca de três meses sem o ver, mas, bem pior do que isso irá ser passar o primeiro Natal sem a sua presença.
Já nas férias, a sua ausência doeu-me como se me faltasse uma parte de mim, embora tenha tido a grande alegria de ele ter vindo cá, num pulo, para estar comigo no dia dos meus anos.
Às vezes, uma vozinha diz-me, cá dentro, que o que era bom era que ele dissesse que não se adaptava e que queria voltar para casa. Mas, na verdade, essa seria uma extremamente triste alegria, pois isso quereria dizer que ele se sentia infeliz, que não fora capaz de cumprir os objetivos a que se propusera e que estaria desempregado.
Assim, por mais que a saudade aperte, sinto-me satisfeita e grata por o meu filho se encontrar bem e feliz.
Algo me diz que, mais tarde ou mais cedo, ele voltará para Portugal e eu rezo para que, quando isso acontecer, seja pelas melhores razões.


O Sorriso e as constantes brincadeiras que eu rezo para que se mantenham sempre ao longo da vida do Vasco

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