NA NATUREZA....




Na natureza, nada se cria e nada se perde. Tudo se transforma.
                                                                                                                                        Lavoisier

Na natureza do Homem há a sede da descoberta, do poder e da paixão.
Na natureza do Homem há Vida. Há nascer, crescer, amadurecer, envelhecer e morrer.
Mas, o Homem, ao contrário de todos os outros seres, não aceita de forma simples a sua própria natureza e para tudo necessita encontrar explicação.
Nunca o Leão se deteve a conjeturar se seria imoral ou violento caçar uma gazela.
Nunca a Águia atrasou seu voo, para investigar porque nasceu com asas tão poderosas.
Nunca a Zebra questionou Deus pela injustiça de ser caçada.
Nunca a Borboleta se revoltou contra o sofrimento da metamorfose.
Nunca o Elefante se interrogou acerca do sentido da sua vida.
Todos aceitam com simplicidade a ordem natural do Universo, agindo, simplesmente, de acordo com a sua  própria natureza.
Apenas o Homem se questiona e reflete, se guia por valores e princípios, criando dogmas, limitações e obrigações.
No Princípio, o Homem vivia no Paraíso. Naquele belo jardim murado. Mas a curiosidade, a necessidade de esmiuçar e entender, transformou os muros protetores, daquele belo Jardim, em estilhaços.
Desde então, ele procura retornar ao Paraíso, para entender os seus mistérios, dar sentido à vida, alcançar a paz, encontrar Deus e a si próprio. 
Mas, a sua própria natureza inquisidora, a sua necessidade de viver rodeado de afetos, a sua paixão pelo poder, os seus sentimentos de posse, inferioridade ou superioridade, a sua ânsia de prestígio ou reconhecimento, impedem-no de alcançar a Sabedoria, Deus ou Paz.
Na sua obsessão de viver, não vive, de ganhar, perde, de entender, se confunde. 
Vencer na vida? Vencer a morte?
Tarefa inglória. 
A morte não existe. O Homem nada cria. Tudo não passa de uma eterna, contínua e incessante transformação. Esse é o sentido da vida. Essa é a própria Vida, o Universo, Deus e a Sabedoria.


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