Que mundo é este?

As, inúmeras e terríveis, mortes, do último ano, causadas diretamente ou indiretamente  pelo  Daesh, expressão literal não traduzida do auto-denominado Estado Islâmico ou ISIS, fizeram-me recordar outras mortes que causaram incredulidade e revolta na humanidade.
Estou a referir-me ao Massacre-Suicídio de Jonestown, ocorrido a 18 de novembro de 1978, em Jonestown, na Guiana, onde mais de 900 pessoas perderam a vida, num suicídio coletivo organizado e induzido por Jim Jonesque se intitulava como o herdeiro de Cristo e de Lénin.
Jim Jones foi ministro da Igreja Cristã, uma seita importante, com cerca de um milhão e 300 mil seguidores, e criador da Igreja do Evangelho do Templo de Deus.


Suicídio de Jonestown

Qualquer um de nós se perguntará o que pode levar mais de 900 pessoas a cometerem um suicídio coletivo.
Suicídio de Jonestown
Da mesma forma, perguntamo-nos o que pode levar alguém a fazer-se explodir ou empunhar uma arma, com o objetivo de matar outras pessoas que não conhece e com quem não têm qualquer tipo de relação; ou porque mata, espolia, tortura e persegue os seus compatriotas obrigando-os a fugas em massa, em terríveis condições, que, em grande parte dos casos,  os poderá conduzir à morte de que fogem.  
Em O que é o Estado Islâmico?,  Graeme Wood explica, ao longo do seu longo artigo, o que é e o que pretende o estado islâmico e como se pode combatê-lo, afirmando que a sua atuação vem de uma interpretação coerente do islão e que "O autoproclamado Estado Islâmico não é um simples grupo de psicopatas. É um grupo religioso com crenças cuidadosamente pensadas, entre elas a de que será ele o agente do apocalipse que se aproxima."


Beirute



Iraque

Paris

Síria

Turquia


Mediterrâneo 


As imagens falam por si, mas não descrevem, nem manifestam todos os horrores vividos por milhares de pessoas, causados por estes fanáticos profetas do apocalipse.

Aquilo que move os líderes deste pretenso estado e o que movia Jim Jones é exatamente o mesmo. A sede de poder e o fanatismo. Um poder que pode ser efémero, mas, ainda assim, profundamente desejado, aliado a um fanatismo profundo e a uma total ausência de humanidade e compaixão.
Aquilo que leva a que muitos se juntem a eles tem a ver com a manipulação que estes lideres, dotados de inteligência proporcional à sua maldade, conseguem exercer sobre pessoas inseguras, com baixa auto-estima, dificuldades de integração, traumas diversos e/ou grande apetência para praticar o mal e sentir prazer no sofrimento alheio.
Não existem reais diferenças entre Jim Jones e os líderes do Daesh. A motivação, comportamento e "crenças" são idênticas, o que difere é a dimensão das consequências.
Verdadeiramente, eles não são profetas de coisa nenhuma, são apenas uma espécie, hedionda e medíocre, de encarnação do mal. 

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