Senso Comum e Bom Senso

Frequentemente,  as expressões senso comum e bom senso são vistas como equivalentes, até mesmo enquanto conceitos filosóficos. 
No entanto, na minha perspetiva, são coisas diferentes. Se senso é sinónimo de juízo de valor, senso comum refere-se ao "conjunto de opiniões ou ideias que são geralmente aceites numa época e num local determinados"*, já o bom senso é o "equilíbrio nas decisões ou nos julgamentos em cada situação que se apresenta"*.
Desde sempre, em nome e de acordo com o senso comum vigente, no momento, têm sido cometidas as maiores atrocidades e injustiças de que há memória. 
A bem do senso comum tem-se humilhado, violentado, torturado, marginalizado, assassinado. 
Basta recordar os tempos da escravatura, a história do antissemitismo ou a condição feminina, ao longo dos séculos, para perceber tudo o que é possível acontecer, nas sociedades, ao abrigo do senso comum, o qual, em muitas mais situações do que seria admissível, se afasta anos luz daquilo que dita o bom senso.
Também em nome do senso comum, ao longo de séculos, os homossexuais foram marginalizados, humilhados, sovados, presos e até mesmo mortos, sem que quaisquer vozes, em qualquer quadrante político ou religioso, se manifestassem contra essas práticas, pois a homossexualidade era vista social, moral e religiosamente como uma aberração e como tal devia ser tratada.
Nos últimos quarenta ou cinquenta anos, o Ocidente tem vindo a fazer uma lenta mas progressiva alteração nos seus valores, visando, entre muitas outras coisas, a aceitação e integração dos homossexuais, no respeito pela sua orientação sexual. 
Numa já larga maioria de países ocidentais, entre os quais Portugal, foi legalizado o casamento entre pessoas do mesmo sexo, bem como a adoção de crianças por casais homossexuais.
Há já quase 30 anos, dava eu aulas a jovens do secundário, fui questionada por uma das alunas, relativamente à forma como seria possível acabar com o preconceito do incesto. Por momentos, fiquei perplexa. Tinha à minha frente vinte e tal jovens olhando-me interrogativamente. Não era, de todo, o momento, nem o local para perguntar à minha aluna por que razão pretendia ela que esse "preconceito" fosse abolido, nem de tentar perceber as suas motivações ou, eventuais, conflitos interiores.
Pelo que optei por lhe responder que os preconceitos não têm forma de ser abolidos. Ainda que as Leis possam ser alteradas, os preconceitos podem sobreviver-lhes por anos, décadas ou séculos. Mas que, obviamente, as alterações das Leis são o primeiro passo para que, mais ou menos, lentamente os preconceitos vão sendo eliminados.
Evidentemente, o tema desta crónica não é o incesto, o qual considero, de facto, imoral, contranatura e mesmo criminoso, por mais que, em tempos idos e noutras civilizações, esta prática tenha sido considerada como natural, mas, sim, os preconceitos, os quais são fatores integrantes do senso comum e que não podem ser abolidos por decreto.
Nas últimas semanas, dois acontecimentos puseram os ânimos ao rubro. O primeiro foi a divulgação, pelas redes sociais, de que um hotel português não aceita, entre outras pessoas, homossexuais como seus clientes.
Segundo informação do Diário de Notícias, no site, do referido Hotel,"a Casa D'João Enes, descrita como "casa tipicamente minhota do início do século XVII", com oito quartos e a receber turistas desde 2010,  reza assim - "Estimado hóspede, caso se encontre numa das quatro situações abaixo indicadas, queira fazer o favor de não prosseguir com a sua reserva, ou de a cancelar caso a mesma já tenha sido concretizada, sob pena de ser vedada a admissão às nossas instalações: adeptos de futebol; frequentadores/adeptos de festivais de música de verão; gays e lésbicas; consumidores de estupefacientes e quaisquer substâncias psicotrópicas."
O segundo acontecimento foi bem mais trágico e preocupante. O atentado na discoteca Pulse, em Orlando, na Florida, frequentada principalmente por gays, que tirou a vida a 50 pessoas e feriu outras 53. Entre as vítimas mortais encontra-se o próprio autor do atentado, Omar Mateenum muçulmano de 29 anos, casado e com filhos, mas, aparentemente, um homossexual reprimido.
O preconceito é a única coisa que estes dois acontecimentos têm em comum. E, quando me refiro a preconceito estou a englobar uma série de normas, dogmas e perspetivas impostas pela moral, pela religião e pelas sociedades em geral, as quais não têm qualquer suporte científico, nem, verdadeiramente, moral.
Se nos transportarmos pela história, apercebemo-nos de que os conceitos de bem e de mal provêem tanto da tentativa de estabelecer regras comuns que permitam a estabilidade e convivência entre grupos ou povos, como da eterna busca do divino, ou seja, a espiritualidade,  por parte da humanidade.
Mas, os "donos" da espiritualidade foram e continuam a ser pessoas ou grupos com grande poder. Nas tribos, o Feiticeiro tinha tanto poder como o Chefe da Tribo e era do equilíbrio entre esses dois poderes, os quais se refletiam em aspetos diferentes da vida dos homens, que dependia a qualidade e harmonia da vida em comunidade.
As grandes correntes filosófico-religiosas, o Judaísmo, Cristianismo, Islamismo, Budismo, Hinduísmo, substituíram-se ao Feiticeiro da Tribo e, ainda que todas elas partilhem princípios e fundamentos comuns de base que visam a transcendência do ser humano para o divino, as suas regras e dogmas, contudo, pretendem, acima de tudo, definir comportamentos, limites e obrigações relativamente aos rituais, aos comportamentos social e moralmente aceites e às regras de sociabilização das comunidades e povos.
Estas regras foram estabelecidas por homens que, grande parte das vezes, pouco ou nada tinham de divino, pelo contrário a sua visão redutora em vez de procurar elevar os homens à condição divina, antes reduz Deus ou os Deuses a uma pobre e triste condição humana, com todas as suas limitações, crueldade, ânsia pelo poder e despotismo. 
Os dois acontecimentos da passada semana e as leituras que fiz quer dos artigos publicados, quer dos comentários dos leitores aos aos mesmos, levaram-me a refletir, a questionar-me e a chegar a algumas conclusões, acerca deste assunto e de outros que, por partilharem de alguns pontos em comum, acabam por, inevitavelmente, se entrecruzar.

1. Homossexualidade

  • Uma grande parte das pessoas parece não ter conseguido compreender, ainda, que a homossexualidade não é uma opção, mas sim uma condição e não tem nada a ver com a integridade, honestidade, dignidade, espiritualidade, bondade, moralidade ou capacidades físicas e intelectuais da pessoa homossexual;
  • Ou seja, esta condição / orientação, sexual / emocional / afetiva, é definida por factores fisiológicos e psíquicos, a maior parte dos quais são congénitos. Pelo que, por mais que o individuo seja reprimido ou se autoreprima, para ser conforme às regras sociais, morais ou religiosas, a sua orientação sexual permanece inalterada;
  • Assim, as únicas opções de que, verdadeiramente, a pessoa homossexual dispõe são ser ou não ser ativo sexualmente e afirmar ou esconder a sua orientação sexual.
2. Preconceito e Tabu Religioso

  • Por mais leis que se façam, o preconceito contra a homossexualidade não será eliminado totalmente, num curto prazo, pois as mentes humanas têm uma natural resistência à mudança e àquilo que lhes é estranho ou não é comum, esta resistência reflete-se, mais ou menos, em cada individuo, de acordo com as suas características próprias, idade, meio social em que se insere, etc.. Muitas vezes, essa resistência é, acima de tudo, o reflexo dos medos e fantasmas que povoam a sua mente; 
  • Determinadas sociedades e religiões são muito mais repressivas e intolerantes do que outras, relativamente à homossexualidade, chegando ao ponto de, em algumas, não apenas marginalizar, mas, também, punir a homossexualidade, até mesmo com a pena de morte;
  • O preconceito e o tabu são sempre geradores de sofrimento e criam sentimentos e conflitos interiores na pessoa homossexual. Estes conflitos podem atingir dimensões tão graves que degenerem em transtornos psicológicos graves, os quais podem levar a que a pessoa se torne violenta com os outros e consigo própria, como forma de punir e se autopunir, como parece ter sido o caso no atentado da discoteca Pulse.
3. Integração, Hipocrisia e Exageros

  • Se utilizarmos o bom senso, ao invés do senso comum, parece-me por demais evidente, seja qual for a perspetiva em que se olhe a situação, científica, moral, religiosa ou social, que a única opção válida, na sociedade atual, denominada de Sociedade do Conhecimento, é aceitar e integrar os indivíduos homossexuais, como pessoas e cidadãos de pleno direito, o qual inclui, obviamente, viver de acordo com a sua orientação sexual e afetividade, no sentido amoroso do termo; 
  • No entanto, não posso deixar de realçar a hipocrisia de muitos que, hoje, se autoproclamam grandes defensores e "amiguinhos" dos homossexuais, olhando para os restantes como se fossem seres abomináveis, caso do seu círculo de amizades não faça parte, pelo menos, um/a homossexual. Estes são, em grande parte dos casos, os mesmos, ou o mesmo género de pessoas que, há alguns anos atrás, quando ainda não era "moda" ter amigos homossexuais, os ofendiam, marginalizavam, gozavam e humilhavam ou mesmo agrediam ou, no mínimo, viravam a cara para o lado quando assistiam a essas situações. Pois é, não era "moda" e quem se desse com homossexuais era mal visto, não ficava bem na fotografia;
  • Ainda que possa compreender que a segregação exercida sobre os homossexuais, ao longo de séculos, possa ter conduzido a que muitos homossexuais, como forma de afirmação ou defesa, tenham optado por ter um comportamento demasiado ostensivo, acintoso ou até ofensivo, penso que cada vez existe menos justificação para esse tipo de comportamento, pelo menos nas sociedades ocidentais, pois, se com eles pretendem defender a sua causa ou direitos, o efeito resulta exatamente o contrário, uma vez que, de alguma forma, retira credibilidade à sua causa, quando não os cobre de ridículo;
  • Por vezes, a segregação, de um determinado grupo, pode dar origem a que, como uma espécie de forma de luta. desajustada e imprópria, alguns elementos desse grupo optem por um comportamento degradante e indigno da sua condição humana. Deixando de respeitar os outros, a si próprios e ao seu corpo e, quantas vezes, comportando-se de forma promiscua ou mesmo desviante.
  • Se ser homossexual é algo natural, então o comportamento dos homossexuais também o deve ser. A nossa sexualidade não tem que ser exibida como um estandarte. Antes de tudo o mais, somos seres humanos, dignos de respeito e com a "obrigação" de procurar ser felizes. Pelo facto de sermos heterossexuais ou homossexuais não precisamos usar um rótulo na testa que nos identifique como tal. Não temos que esconder a nossa orientação sexual, mas também não temos que a exibir grotescamente aos outros;
Por todas estas razões, afigura-se-me, agora, absolutamente extemporânea, particularmente em Portugal, a quantidade de informação escrita que pulula pelos órgãos de comunicação, sites, blogs, bem como a proliferação de manifestações, cheias de ruído e colorido, a raiar o burlesco, em defesa dos direitos dos homossexuais, vulgo gays e lésbicas.
Agora, todos os seus direitos estão garantidos por Lei e não serão, certamente, os escritos irados ou as manifestações ruidosas que irão alterar a forma de pensar daqueles que sentem  preconceitos relativamente à homossexualidade, por mais que sejam obrigados a sujeitar-se às novas leis.
O dono do Hotel, acima referido, poderá ser um desses casos, mas, na verdade, a mensagem que transparece daquele texto é que não pretende ter como clientes pessoas que, pelas suas características, possam perturbar o ambiente calmo, sóbrio, circunspecto, bucólico e, quiçá, elegante daquela instalação turística. 
Ainda que o texto de desmotivação, a potenciais clientes, possa não ser do meu agrado, nem manifeste grande cultura, inteligência ou simpatia,  não defendo, nem ataco, a postura do dono do Hotel, pois, por lei, este pode exercer o Direito de Admissão, relativamente ao Hotel. Só não percebo muito bem, então, quem serão os clientes do dito, uma vez que não podem ser adeptos de futebol, coisa rara em Portugal, nem frequentadores de festivais de verão, nem consumidores de substâncias psicotrópicas (ao clicarem na palavra a azul, serão redirecionados para uma página que contém a informação básica relativamente ao que são substâncias psicotrópicas, pelo que, aqueles que não têm muita certeza do significado da mesma, irão entender, depois da leitura dessa página, por que motivo estou eu intrigada em relação a quem serão os tais clientes de tão virtuosas instalações hoteleiras).
Para finalizar, esta já bem longa crónica, não posso deixar de referir algumas das minhas posições, opiniões e, até, inquietações, acerca deste assunto:

1º Ainda que não me incomode nada, não percebi muito bem por que razão os homossexuais fizeram tanta questão de que o casamento entre pessoas do mesmo sexo fosse legalizado. O casamento é uma instituição que foi criada para unir duas pessoas, de sexo oposto, legal e/ou religiosamente pelos laços do matrimónio.
Obviamente que entendo que os casais homossexuais pretendessem ter muitos ou todos os direitos que um casal heterossexual adquire através do casamento, nomeadamente, os direitos de visita hospitalar ou de herdar. 
Mas, nesse caso, porque não preferiram requerer os direitos associados à família nuclear, os quais, aliás, se deveriam refletir, também, nos casais heterossexuais que preferem não casar, ou entre irmãos que decidem viver uma vida juntos, ou nos muitos pares de amigas/os que, a certa altura da vida, optam por viver juntas/os e partilhar tudo, ainda que não sejam gays ou lésbicas.
Parece-me que o casamento mais depressa poderia simbolizar segregação dos homossexuais, do que liberdade ou direitos destes, daí a minha dificuldade em entender esta necessidade ou desejo.
2ª Relativamente à adoção por casais homossexuais tenho grandes dúvidas. Tantas mais dúvidas, quanto mais analiso a questão nas  suas diferentes perspetivas.
Quando tenho grandes dúvidas em problemas de elevada complexidade e que envolvem pessoas, os seus sentimentos, equilíbrio, integração e sofrimento, procuro respostas na Natureza, pois considera-a profundamente sábia e inteligente, não manipulável por aliciamento, medo ou pressão.
Bem, a natureza diz-me que casais homossexuais não podem procriar.
Mas, dir-me-ão muitos - Então, é melhor para a criança se estiver institucionalizada? - Não sei responder. nuns casos sim, noutros não, Ou - Então, está certo que casais heterossexuais, manifestamente desequilibrados, violentos ou com comportamentos desviantes tenham direito a ter filhos, mas para os homossexuais não? 
Não, de facto, os homossexuais não podem ter filhos, entre eles. Infelizmente, não há forma de impedir que casais heterossexuais desequilibrados tenham filhos. Mas há forma de impedir que esses mesmos casais adotem crianças, pelo menos a legislação apertada tenta que assim seja.
De qualquer forma, qualquer que seja a situação da criança, qualquer adulto, homossexual, ou não, saudável psíquica e fisicamente  e com uma situação financeira estável tem condições para adotar uma criança, logo, o problema apenas se punha porque o que pretendiam era adotar enquanto casal e aí, conforme já afirmei, tenho muito mais dúvidas do que respostas.
3º Irritam-me profundamente certo tipo de modas, às quais se encontram sempre associadas enormes doses de hipocrisia.
Como deve ser fácil compreender, através desta longa crónica, não sou, nem nunca fui, homofóbica, racista ou antissemita.  Não costumo andar com uma bandeira a apregoá-lo, pois considero que as nossas ações revelam bastante mais de nós e dos nossos valores, do que aquilo que andamos a papaguear ou a gritar, de acordo com a moda do momento, com o senso comum vigente ou com a histeria das massas.
Imagino que algumas das minhas opiniões não sejam do agrado de alguns homossexuais ou de outros, pretensos ou autênticos, defensores dos direitos dos homossexuais, mas, efetivamente não sou politicamente correta.
Não gosto de vítimas, óbvio que não estou a falar das vítimas de atentados, ou de crianças ou idosos indefesos. O que quero dizer é que não gosto da postura de vítima.
Quanto a que todos nós deveríamos ter, obrigatoriamente, amigos homossexuais, discordo em absoluto. A amizade não é nenhuma obrigação.
Desde que me entendo como gente que tenho amigos homossexuais e nesse tempo não era moda, pelo que "não me ficava bem". Mas, os meus amigos são apenas meus amigos e a sua orientação sexual não é, de todo, relevante para a nossa amizade.

Relativamente a preconceitos, talvez aqueles que, de uma forma muito generalizada, são mais afetados, por preconceitos sociais, sejam os ciganos. 
Evidentemente, que esses preconceitos e marginalização são também uma via de dois sentidos, pois os ciganos nunca tentaram integrar-se na sociedade, dos diversos países em que vivem.
O facto de terem leis e regras muito próprias e serem nómadas também não os ajudou a criar raízes, nem a estabelecer laços de confiança com as comunidades, nem tão pouco a sua principal atividade de comerciantes, a qual, injusta ou justamente, se encontra associada à vigarice e ao roubo.
Há cerca de 25 anos atrás, encontrava-me internada na Maternidade do Hospital da minha terra, em virtude de estar em risco de abortar, pelo que tinha que estar em repouso absoluto.
Na mesma sala encontravam-se mais quatro mulheres, entre as quais uma cigana que, com a rapidez de quem já vai no quarto ou quinto filho, deu entrada na maternidade e quase logo a seguir já estava de volta à enfermaria, com o seu recém-nascido.
O ambiente reinante era agradável e passávamos grande parte do tempo a rir.
Lá fora, a família da cigana, aguardava pacientemente, sem arredar pé, que lhe dessem alta. Observei-a. Ela encontrava-se sentada à única mesa da enfermaria, olhando, absorta, pela janela.
Perguntei-lhe se não se sentia bem e ela respondeu-me que estava desejando de sair do hospital, sentia-se presa ali. 
Subitamente, ouviu-se o ofegar do bebé. A cigana levantou-se e correu para ele. O recém-nascido estava, manifestamente, engasgado e a sufocar com os restos de líquido da placenta que tinha engolido ou inalado. A cigana estava desesperada de aflição, sem saber o que fazer.
Eu não me podia levantar da cama, pelo que, o mais rapidamente que consegui, sentei-me na cama e disse-lhe - Traga-o cá. -.
Literalmente, ela atirou-me o bebé para os braços, com aquela absurda confiança que só temos nos outros quando o nosso desespero e impotência atingiu o limite.
Desengasguei o bebé rapidamente, depois encostei-o ao meu peito e rocei os meus lábios pela sua cabecinha macia, mas já com bastante cabelo.
Nesse momento, senti uma ternura, um carinho e um elevado sentimento de proteção por aquele bebé cigano. Senti que se fosse necessário, seria capaz de o criar com o mesmo amor que criei os meus filhos. Percebi, de uma forma mais intensa e profunda, que nada conta, sexo, raça ou cor .
Somos todos seres humanos e deveria ser dessa forma que nos deveríamos relacionar uns com os outros e não de acordo com um qualquer senso comum, de uma época qualquer. 
Isso, sim, é bom senso e, mais do que isso, é humanidade.

*in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013

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