Impotentes, Indiferentes ou Ausentes?

A 24 de agosto de 79. Pompeia sucumbia à fúria do Vesúvio!
24 de agosto de 79 era um dia comum na vida de seus habitantes. Tratava-se duma cidade de médio porte do Império. Sua grande importância, situada aa Baía de Nápoles, era como corredor para o transporte e abastecimento de mercadorias. Quando do cataclísmico evento, estima-se que a cidade possuía cerca de 20 mil habitantes, tendo sido pelo menos 80% mortos diretamente. Em 62, Pompeia já sofrera um terremoto de grandes proporções, estima-se que talvez tenha alcançado 6 pontos na escala Richter. Isso, presumivelmente, pode ter gerado um êxodo que nos leva a um quadro de população menor do que em momentos recentes anteriores.
Assim, a inesperada tragédia  de Pompeia permaneceu incógnita até o ano de 1748, 16 séculos depois quando a cidade foi, acidentalmente, encontrada e inteiramente escavada, num nível de conservação de ruínas sem parâmetros na história da Arqueologia, fornecendo a mais completa fonte de informações sobre a vida e cultura de uma cidade tipicamente romana que se tem até hoje. Após Pompeia, o nível de conhecimento sobre Roma e a cultura latina deu um salto de qualidade sem precedentes. Suas vias, suas esculturas funestamente cadavéricas, suas construções várias, inscrições… tudo num nível de preservação sem precedente. (…) continuar a ler em Pompas a Pompeia
A nenhum de nós é possível socorrer, acolher, apoiar todos os que sofrem ou lutar contra todas as injustiças do mundo. Mas cada um de nós pode dar o seu pequeno, mas valioso, contributo, de forma interessada e ativa, para tornar o Mundo um lugar melhor.
Não são apenas os Estados e os Governos que devem zelar pelo bem-estar dos seus cidadãos ou apoiar países ou grupos de pessoas de outros países que, por qualquer motivo, são vítimas de catástrofes, violência ou injustiças. Todos nós, enquanto cidadãos de um país e habitantes do Mundo, temos a nossa quota parte de responsabilidade na manutenção da harmonia, da justiça, da evolução e do bem-estar da humanidade.
Não podemos ajudar com dinheiro, abrigo ou bens materiais? Mas podemos sempre ajudar com ações (assinatura de petições, visitas a doentes, ou a pessoas que se encontram sós, ajuda em determinados trabalhos que sabemos fazer com facilidade, etc.), palavras ou sorrisos, nunca esquecendo que os primeiros com quem devemos ser generosos são sempre a família, os amigos, os vizinhos e os conhecidos.
Três notícias e/ou publicações estiveram na origem desta minha crónica.
A primeira foi, naturalmente, a trágica notícia dos últimos dias. A catástrofe natural que ocorreu em Itália. 
Mais de duas centenas de mortos, mais de três centenas de feridos e um número ainda indeterminado de desaparecidos e de pessoas que ficaram sem casa e sem os seus haveres. Povoações destruídas, monumentos históricos para sempre perdidos.
Pois é, o Universo e o Planeta, por vezes, podem ser cruéis, mas não é uma crueldade maligna. 
O jornal Público publicou um bom artigo que procurar explicar o motivo pelo qual Itália, desde sempre, é tão castigada com estes fenómenos naturais, sismos e erupção de vulcões, dos quais o mais emblemático é o da dizimação da população de Pompeia, pela erupção inesperada do Vesúvio.
A segunda foi um vídeo com o qual me deparei, acidentalmente, no facebook e que nos fala desse país obscuro que é a Coreia do Norte.
Vale a pena ver, partilhar e assinar quaisquer petições que existam ou participar em movimentos que se proponham destituir este regime aberrante.


A terceira foi uma notícia nacional. O Governo, provavelmente por que não nada em dinheiro, (mas já nadou), decidiu tentar fazer aprovar uma lei que retirava a isenção do imposto automóvel a deficientes, com mais de 60% de incapacidade.
Digo tentou, porque quando se viu confrontado com o repúdio público, na imprensa e nas redes de sociais, perante tal medida, decidiu recuar dizendo que afinal tinha sido um erro de interpretação do texto da lei. Que é como quem diz, atirou barro à parede, para ver se pegava, e depois desdisse-se  afirmando que, afinal, tinha sido só "brincadeirinha".
Pois é, esta última situação demonstra bem como temos poder se nos unirmos e esse poder não se refere só ao que se passa no País, mas também ao que se passa no Mundo.
Se deixarmos todos de "coçar" para dentro e de virar a cara para o lado. Se nos dermos ao trabalho de agir e lutar por aquilo em que acreditamos ser justo, em vez de apenas passarmos a vida a criticar, mas, em chegando a hora da verdade, temos sempre mais do que fazer, talvez que possamos modificar muitas outras coisas neste Mundo.
Nunca é demais lembrar, as catástrofes, os crimes, as injustiças as falências, as doenças, a velhice, etc., não acontecem só aos outros.  
Se você não estiver lá hoje por eles, quem acha que estará lá por si, quando quem estiver a sofrer for você?

Comentários