Da dor dos outros

Que sabes tu do sofrimento dos outros?
Espreitaste, porventura, a sua alma?
Viveste as suas horas de terror ou inferno?
Lutaste, para sobreviver, nas suas horas amargas?
Fixate o teto do seu quarto, aguardando uma resposta que nunca chegava?
Um alívio que sempre tardava?
Um balsamo que não aliviava?
Sentiste, por acaso, as suas desventuras ou amarguras?
As faltas de carinho, atenção ou compreensão?
Ouviste os gritos que lhes gritaram?
Vergaste sob o peso das humilhações que lhes infligiram?
Ergueste-te, corajosamente, após as suas quedas e desencantos?
Amassaste a esperança dos seus caminhos?
Voaste com as suas asas queimadas?
Renasceste, porventura, das suas cinzas e enfrentando, com coragem, o mundo, voltaste a acreditar e confiar?
Não?
Então cala-te e segue o teu caminho. Sofre as tuas penas e vibra com as tuas glórias. Deixa as dos outros em paz.

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