Análise Inconclusiva

Por estes dias, tenho olhado o mundo atentamente ou ainda mais atentamente do que me é habitual.
O confinamento e os passeios pelo parque, com a minha cadela, deram-me muito tempo para meditar e para apreciar a forma como na natureza nada se mantém igual. Pois, todos os dias e mesmo ao longo de cada dia, ela se transforma e muda.
Se observássemos, por vários dias e ao longo desses dias, uma árvore, flor ou planta, perceberíamos que as variações de luz e de temperatura, o vento ou chuva, o orvalho, a noite, o amanhecer ou entardecer lhe emprestam tonalidades diferentes ou posturas sempre desiguais.
A Natureza, a Terra ou Universo são e comportam-se de acordo com a sua natureza, adaptando-se, transformando-se, sobrevivendo. 
No seu todo e individualmente formam um complexo sistema inteligente que se autopreserva mas que não se questiona acerca da sua própria mutabilidade, nem da sua imortal mortalidade.


É nesse ser/agir da Natureza, da Terra ou do Universo que morrem e nascem sistemas solares, se sucedem as marés ou estações do ano, vulcões entram em erupção, astróides colidem com planetas, a luz é engolida por buracos negros e nascem e extinguem-se espécies ou, alternativamente, sofrem mutações.



Nesse gigantesco, talvez infinito, sistema inteligente, que ainda mal conhecemos, nascem, entre milhões de outros seres, vírus, bactérias ou fungos e, provavelmente, muitos outros que não conhecemos, que atacam outras espécies animais, vegetais ou mesmo minerais. Mas o propósito de qualquer ser  ou sistema vivo nunca é o da vingança ou retaliação mas, tão só e apenas, o de continuar a ser.

Tanto quanto sabemos, apenas o ser humano age de forma premeditada, apenas o ser humano tem intenções outras que não sejam as da sua própria sobrevivência e preservação da espécie, apenas o ser humano é ganancioso ou invejoso mas, também, apenas o ser humano é capaz de refletir acerca si próprio e do mundo à sua volta, julgando-se ou julgando os outros, questionando-se acerca do sentido da vida ou procurando transcender-se.
Observando os pormenores, fotografando a natureza coligimos material que nos permite apercebermo-nos claramente dessas transformações. 
Da mesma forma, observando a realidade, que nos rodeia e de que
fazemos parte, damo-nos conta das inconsistências, das injustiças, das falhas, das ameaças ou manipulações, bem como, do progresso, da generosidade, do conhecimento ou dedicação.
2020, o ano em que o mundo parou. Um minúsculo vírus, da família dos Corona, consegui suspender a economia dos países e do mundo.
Subitamente, na maioria dos países tudo ou quase tudo parou. Escolas e universidades, restaurantes, cafés, cabeleireiros  e todo o comércio não essencial.
Muitas empresas fecharam portas, ou por  imposição dos Estados, em virtude das declarações de Estado de Emergência ou similares, ou por não conseguirem escoar os seus produtos, porque a maior parte da sua produção se destinava à exportação ou porque os bens ou serviços, que produziam ou comercializavam, deixaram de ter os consumidores habituais.
Muitos já faliram, empresas, empresários, trabalhadores por conta própria. Muitos ficaram no desemprego.
Muitos morreram vítimas do vírus, sozinhos, sem a família por perto. Muitos perderam os seus entes queridos, sem os puderem acompanhar, despedir-se ou, sequer, fazer-lhes um funeral condigno, que é, talvez, o primeiro passo desse processo difícil e doloroso que é o luto. 


Confinados em casa, em teletrabralho ou sem atividade, afastados dos nossos pais ou filhos, amigos ou colegas de trabalho, sem nos podermos tocar ou abraçar, lavando as mãos quase compulsivamente, desinfetando sacos e embalagens, fazendo compras, em stress, de máscaras e luvas, aguardamos,  expectantes, que se descubra um medicamento ou vacina que nos devolva alguma normalidade.



Mas todo este tempo, toda esta profusão de notícias, que consumimos vorazmente, todas as restrições à nossa liberdade obrigam-nos e permitem-nos refletir.


Partilho convosco as minhas reflexões, análise da situação ou meramente a relação de dados conhecidos relativamente ao Covid-19 e ao que com ele se encontra relacionado, em Portugal e no mundo, que são, na verdade e só por si, uma complexa, extraordinária e inconclusiva análise.
"Os coronavírus pertencem à família Coronaviridae que integra vírus que podem causar infeção no Homem, noutros mamíferos (por exemplo nos morcegos, camelos, civetas) e nas aves. Até à data, conhecemos oito coronavírus que infetam e podem causar doença no Homem. Normalmente, estas infeções afetam o sistema respiratório, podendo ser semelhantes às constipações comuns ou evoluir para uma doença mais grave, como a pneumonia. Dos coronavírus que infetam o Homem o SARS-CoV, o MERS-CoV e o SARS-CoV-2 saltaram a barreira das espécies, ou seja, estes vírus foram transmitidos ao Homem a partir de um animal reservatório ou hospedeiro desses vírus. O SARS-CoV originou uma epidemia em 2002-2003 e o MERS-CoV emergiu em 2012 e foi causando casos esporádicos de infeção humana ou pequenos clusters de casos de doença respiratória. (...)COVID-19 é a designação dada pela Organização Mundial da Saúde para identificar a doença provocada pelo novo coronavírus SARS-CoV-2. Este novo coronavírus foi identificado pela primeira vez em dezembro de 2019 na China, na cidade de Wuhan. Os casos iniciais da doença COVID-19 foram associados a um mercado em Wuhan (Wuhan’s Huanan Seafood Wholesale Market). O mercado foi encerrado a 1 de janeiro de 2020, mas a doença foi progredindo desencadeando uma epidemia mundial ou pandemia." Fonte - DGS
  1. No final de janeiro, o diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, deslocou-se à China, no auge da epidemia naquele país, para se encontrar com o presidente Xi Jinping,  como se, neste século, fosse  difícil encontrar outra forma de comunicar, e apesar da experiência chinesa ter demonstrado quão perigosos eram os contactos físicos,  o diretor da OMS não se coibiu de apertar a mão ao presidente chinês;
  2. Nas primeiras semana de março, a China parecia ter conseguido controlar a disseminação do vírus, tendo adotado regras extraordinariamente rígidas de confinamento, algumas delas impensáveis de ser aplicadas em qualquer país democrático,  e sem que o mesmo atingisse, pelo menos de forma significativa, outras cidades e províncias.
  3. Mas, entretanto, o vírus tinha-se espalhado um pouco por todo o mundo, nalguns países de forma descontrolada e com resultados perfeitamente devastadores, causando milhares de mortes.
  4. Contudo, as medidas adotadas pelos países para conter ou diminuir a expressão do vírus não foram uniformes ou, pelo menos, essa uniformidade foi desfasada no tempo.
  5. Há quem pareça acreditar que este vírus é apenas uma gripezinha e outros que vaticinam que não nos livramos dele até agosto de 2021, pois só para essa altura se perspetiva a existência de uma vacina ou medicamento eficaz no tratamento do vírus.
  6. As informações que recebemos das entidades responsáveis são contraditórias ou estão constantemente a alterá-las, quer relativamente aos sintomas, quer das fontes de transmissão, quer, ainda, dos meios e formas de nos protegermos.

  • Os números, os grupos etários e as regiões do mundo
  1. O vírus já causou mais de 300 mil mortes, das quais mais de 160 mil na Europa e  mais de 100 mil na América do Norte; 
  2. A África, a Oceania, a América do Sul e a própria Ásia têm sido muito menos afetadas pelo Covid-19, pois, no seu conjunto, registam apenas cerca de 140 mil mortes. Se atendermos que em grande parte dos países, destes continentes, a qualidade de vida, o rendimento per capita, o acesso à saúde, à educação, à tecnologia e aos meios de prevenção é muito inferior ao da maioria dos países dos países europeus ou da América do Norte, estes números causam ou deveriam causar-nos uma certa perplexidade; 
  3. A forma mais grave do vírus afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos.
  4. O número de crianças, abaixo dos 10 anos, afetadas pelo vírus não tem expressão e raramente a  atinge a forma mais grave da doença;
(In)Certezas

  • Na sua forma grave, o vírus provoca pneumonia e espessamento do muco, que obriga a utilização de ventiladores e pode conduzir à morte;
  • Mas, de acordo com as últimas informações, o vírus também, entre muitos outros, pode provocar outros sintomas graves, como a hipercoagulação, a qual origina ataques cardíacos que podem levar à morte, falência dos órgãos ou, nas crianças, parece originar algo semelhante à doença Kawasaki ;
  • O vírus, desde a sua identificação, na China, em dezembro de 2019, já sofreu inúmeras mutações e, todos os dias, somos bombardeados, com novos sintomas associados ao mesmo;
  • Todos os vírus, ou quaisquer outros seres vivos, podem sofrer mutações. Mas tantas e em tão pouco tempo?
  • Na generalidade dos países, as atividades não essenciais e/ou que obrigam a um contacto direto com e entre o público têm estado paradas ou condicionadas, tendo-se começado nas últimas semanas a inverter, lentamente, esses condicionamentos;
  • Todos os dias, é divulgada uma nova investigação, mais ou menos credível, mais ou menos acreditada pela comunidade científica, quer relativamente aos sintomas, quer aos avanços e retrocessos na procura de uma cura ou vacina, quer ainda relativas aos prognósticos da evolução ou de uma nova vaga do vírus ou relativamente às formas de prevenção ou disseminação;
  • Instalou-se uma clima de medo e desconfiança. Medo do vírus, desconfiança relativamente à fidedignidade dos dados relativos à doença. Relativamente aos interesses políticos e económicos no que se refere a manipulação de dados, restrições da liberdade dos indivíduos. Ou em relação quer ao origem do vírus, quer a forma como o mesmo está a ser usado pelos poderes políticos e económicos.
Factos

  • Facto 1 - morreremos todos um dia.
  • Facto 2 ao longo dos milénios e séculos houve sempre pandemias causadas por vírus e bactérias.
  • Facto 3 - que tenhamos conhecimento nunca neste planeta existiu tanto conhecimento científico e capacidade tecnológica com aquela que existe hoje. 
  • Facto 4 - Nem tudo o que parece,é. 
  • Facto 5 - Só sabemos acerca do Covid-19 aquilo que é divulgado nas notícias, pela OMS, que cada dia diz uma coisa nova e diferente, e pela DGS e equivalentes dos outros países. Depois, há a desinformação das fake news e dos supostos estudos ou investigações científicas que não foram validados pela comunidade científica. 
  • Facto 6 - Na verdade, fiáveis, fiáveis são apenas os números e somente se não tiverem sido objeto de contabilidade criativa. 
  • Facto 7 - A melhor forma de analisarmos a realidade é procurar a maior quantidade de informação, minimamente fiável, analisá-la com bom senso e deixar politiquices de lado. 
  • Facto 8 - a população mundial é de 7,7 mil milhões de habitantes. 
  • Facto 9 - Segundo as informações disponibilizadas mundialmente, pelo worldometers, que recebe, organiza e produz estatísticas, dos dados que recebe de todos os continentes e países: 
9.1 Existem 4,824,317 de casos de Covid-19 em todo o mundo.
 
9.2 Número de mortes, em todo o mundo, 317,101
 
9.3 - Número de recuperados em todo o mundo 1,867,852.
    • Facto 10 - 85% das mortes por Covid-19 referem-se a pessoas acima dos 60 anos e/ou com doenças graves ou que causam imunodepressão, condição essa que é anterior a terem sido infetadas pelo Covid- 19. 
    • Facto 11 - Dos 7,7 mil milhões de habitantes do planeta, uma elevada percentagem são pessoas com mais de 60 anos, particularmente no mundo ocidental, que é também onde estes são um enorme peso para os Estados Sociais, quer pelo peso das situações de doença física ou mental mais relevantes a partir dos 60 anos, quer pelo peso das suas reformas e lares onde vivem, subsidiados pelos Estados Sociais do mundo Ocidental. 
    • Facto 12 - Através de experiências piloto localizadas, pode acreditar-se que o número de infetados no mundo, assintomáticos ou com sintomas ligeiros, não testados, seja entre 10 a 20 vezes superior aos 4,824,317 de casos reportados 
    • Facto 13 - Em todo o mundo, até ao momento, morrem 40,7 pessoas em cada milhão de habitantes, por Covid-19. 
    • Facto 14 - A larga maioria dos países, mais afetados pelo Covid-19, tem a sua economia profundamente afetada;
    • Facto 15 - Os números do desemprego e das falências dispararam para valores nunca ou raramente vistos. 
    • Facto 16 - A miséria já atinge muitos, sendo que grande parte deles, até há pouco, estavam integrados na classe média ou mesmo classe média alta, e, simultaneamente mas não paradoxalmente, muitos estão agora a ver florescer os seus negócios ou, alternativamente, iniciam negócios vendendo gato por lebre e lesando os seus clientes.

    (In)conclusão

    Não sabemos o que o futuro nos reserva.
    Não sabemos a que tipo de sociedade o efeito Covid-19 irá dar origem.
    Não sabemos até que ponto a nossa liberdade, enquanto indivíduos pensantes, irá ficar diminuída.
    Não sabemos até que ponto estamos a ser manipulados, nem com que objetivos.
    Mas sabemos algumas coisas muito importantes e que temos obrigação de levar sempre em conta 
    • A melhor forma de ganhar uma guerra é conhecida há muito e foi eternizada pela máxima de Júlio César "Dividir para reinar";
    • O Medo é a forma mais eficaz de dominar indivíduos e povos, manipulando-os, criando mitos e preconceitos, restringindo a sua liberdade, conhecimento e sabedoria, estimulando ódios e divisões;
    • Mas, a Morte dá sempre origem à vida, qualquer tipo de morte, a qualquer tipo de vida, dos seres vivos, dos sistemas sociais, económicos ou políticos e de tudo o que existe no Universo....



    Fonte:  https://www.worldometers.info/coronavirus/...

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