E agora?


Você tomou a posição correta. 
Você disse o que tinha a dizer.
Você fez o que tinha que fazer.
Você analisou a situação de todas as perspetivas possíveis e chegou sempre à mesma conclusão, não podia, em consciência, ter tomado outra atitude.
Por respeito a si próprio, a bem da sua sanidade mental, em defesa da sua autoestima e/ou  da sua honestidade e integridade, enquanto ser humano, e em consonância com a sua voz interior, aquela que vem do mais do profundo de si mesmo e que, como bem sabemos, é a voz da verdade. Você sabia que tinha que se encher de coragem e, ainda que temendo as consequências, as perdas, sabia que não agir traria, a  médio ou longo prazo, consequências mais nefastas, acima de tudo, para si próprio e para aquilo que você é, no seu intimo, e pretende ser.
Então porquê essa angústia? Essa tristeza? Essa sensação de seu estômago se ter tornado o habitat de milhões de borboletas enlouquecidas?  Porquê esse aperto em seu coração?
Você, por mais que anseie por ela, resistirá sempre à mudança. Por mais que você saiba que a sua opção é a certa, tem, igualmente, consciência de que o resultado pode não ser aquilo que queria ou desejava, pois não tem qualquer controlo sobre aquilo que lhe é exterior.
E agora?
Agora você está aí, a sentir-se mais sozinho do que alguma vez sentiu na vida. Quase com medo de respirar profundamente, tem medo que faça doer. Sem saber se há-de falar ou calar, fugir ou ficar, gritar ou silenciar.
O tempo de espera dói-lhe como ferida aberta, que parece tudo atrair para com ela chocar.
Você se sente tal qual aquela florzinha, forte e corajosa, que desafiou a aridez e as condições mais adversas, nascendo e vingando em um qualquer lugar improvável e inóspito. Ela é grata ao sol e à chuva que a fortalece e faz crescer. Mas, ela está só, sedenta de companhia, de um ombro onde repouse suas pétalas, cansadas, segura de que não irá perecer.
É, você vai ter que esperar, mantendo a sua posição, não de forma inflexível ou intolerante, mas com firmeza. O tempo lhe trará a resposta e, não esqueça, como diz a sabedoria popular "não há mal que sempre dure, nem bem que nunca acabe". 
"Isto" também vai acabar por passar.

Comentários

  1. Pois é, Teresa. Recentemente, tomei uma posição que achei correta, e continuo achando. Mas ela me causou tantos dissabores, que tive que voltar atrás a fim de poupar uma pessoa que amo e que está envolvida na trama. Mesmo não concordando com o que foi feito, tive que engolir e ir em frente. Não consegui manter-me de pé até o final, apenas porque tal pessoa é frágil, e ela ficaria realmente muito mal se eu o tivesse feito.

    Acho que precisei abdicar de meus princípios a fim de não ferir alguém, e ainda me pergunto se fiz a coisa certa, já que quem saiu ferida fui eu. Pesdiram-me desculpas e disseram que entendi tudo errado, mas nada fizeram para consertar o erro. Ainda continuo achando que não entendi errado: entendi certo.

    Abraços!

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